OS TRILHOS EM REDE
EXPERIÊNCIA DE PLANEJAMENTO REGIONAL A PARTIR DA LINHA FÉRREA NO RIO GRANDE DO SUL
Resumo
O presente trabalho foi produzido na disciplina de Planejamento Urbano e Regional do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Erechim, ministrada no semestre 2019/1. A proposta era definir uma região com base em discussões teóricas sobre o conceito e propor uma intervenção a nível regional a partir de um equipamento específico, com o intuito de desenvolver determinado setor social. Nesse sentido, escolheu-se a linha férrea como equipamento e a educação pública a nível superior como setor. Partiu-se da ideia de que o Rio Grande do Sul apresenta potencial enquanto polo educacional de nível superior, concentrando um expressivo número de instituições públicas e privadas. Verificou-se, porém, a necessidade de integração entre estas instituições em prol de melhorias a nível estadual, de forma a contribuírem ativamente no âmbito das discussões acerca de temáticas socialmente relevantes e na produção de soluções mais assertivas e respostas às demandas regionais. O entrave identificado é a carência de conexões físicas e sociais que viabilizem e fomentem a atuação em rede. Como objetivo, o trabalho visou fomentar o desenvolvimento das regiões do estado através da difusão de conhecimento e do potencial das instituições públicas de ensino superior, alinhando suas ações através de conexões de redes de atuação. Utilizou-se, como estratégia de viabilização, a mobilidade de pessoas entre as localidades, assumindo o transporte ferroviário enquanto facilitador do deslocamento, bem como delimitador da área de abrangência da intervenção e das conexões propostas. O arranjo espacial utilizado como estratégia de ação foi a triangulação, de acordo com a Teoria dos Lugares Centrais de Cristaller, publicada em 1987, formando redes de apoio entre as cidades que tem a mobilidade via transporte ferroviário como referência, fomentando assim a movimentação dos interessados e a consequente difusão do conhecimento. Como metodologia, partimos do reconhecimento das linhas preexistentes e dos equipamentos de ensino contíguos à elas, mapeamento dos centros de ordem superior concentradores de universidades, proposição de conexões entre eles baseado na mobilidade via transporte ferroviário, geração de mapas de calor como estratégia de reforçar a noção de polos concentradores a fim de visualizar o agrupamento dos campi universitários do estado. Escolheu-se então o trecho Erechim/RS – Porto Alegre/RS para proposição em escala meso, onde identificaram-se as antigas e atuais estações ferroviárias da rota e caracterizaram-se as cidades em que elas estão inseridas. Com isso, pôde-se, enquanto produto final da atividade, promover equipamentos multi-institucionais intermediários nas estações férreas contíguas à linha, apropriáveis pela população e fomentadores deste intercâmbio entre as instituições de ensino, disseminando a extensão universitária em zonas além dos campi, no intuito de ampliar o raio de abrangência das instituições presentes nas cidades-polo através de uma escala mediadora que proporcione conexões mais diretas com municípios não contemplados pela linha férrea.
Copyright (c) 2019 Yuri Potrich Zanatta, Giovani Zibetti Mantovani, Stefani Daiprai Cerutti, Weslley Kaiser, Daniella Reche, Guilherme Rodrigues Bruno, Murad jorge Mussi Vaz
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais da XII SEPE da UFFS.