OS TRILHOS EM REDE

EXPERIÊNCIA DE PLANEJAMENTO REGIONAL A PARTIR DA LINHA FÉRREA NO RIO GRANDE DO SUL

  • Yuri Potrich Zanatta UFFS
  • Giovani Zibetti Mantovani
  • Stefani Daiprai Cerutti
  • Weslley Kaiser
  • Daniella Reche
  • Guilherme Rodrigues Bruno
  • Murad jorge Mussi Vaz

Resumo

O presente trabalho foi produzido na disciplina de Planejamento Urbano e Regional do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Erechim, ministrada no semestre 2019/1. A proposta era definir uma região com base em discussões teóricas sobre o conceito e propor uma intervenção a nível regional a partir de um equipamento específico, com o intuito de desenvolver determinado setor social. Nesse sentido, escolheu-se a linha férrea como equipamento e a educação pública a nível superior como setor. Partiu-se da ideia de que o Rio Grande do Sul apresenta potencial enquanto polo educacional de nível superior, concentrando um expressivo número de instituições públicas e privadas. Verificou-se, porém, a necessidade de integração entre estas instituições em prol de melhorias a nível estadual, de forma a contribuírem ativamente no âmbito das discussões acerca de temáticas socialmente relevantes e na produção de soluções mais assertivas e respostas às demandas regionais. O entrave identificado é a carência de conexões físicas e sociais que viabilizem e fomentem a atuação em rede. Como objetivo, o trabalho visou fomentar o desenvolvimento das regiões do estado através da difusão de conhecimento e do potencial das instituições públicas de ensino superior, alinhando suas ações através de conexões de redes de atuação. Utilizou-se, como estratégia de viabilização, a mobilidade de pessoas entre as localidades, assumindo o transporte ferroviário enquanto facilitador do deslocamento, bem como delimitador da área de abrangência da intervenção e das conexões propostas. O arranjo espacial utilizado como estratégia de ação foi a triangulação, de acordo com a Teoria dos Lugares Centrais de Cristaller, publicada em 1987, formando redes de apoio entre as cidades que tem a mobilidade via transporte ferroviário como referência, fomentando assim a movimentação dos interessados e a consequente difusão do conhecimento. Como metodologia, partimos do reconhecimento das linhas preexistentes e dos equipamentos de ensino contíguos à elas, mapeamento dos centros de ordem superior concentradores de universidades, proposição de conexões entre eles baseado na mobilidade via transporte ferroviário, geração de mapas de calor como estratégia de reforçar a noção de polos concentradores a fim de visualizar o agrupamento dos campi universitários do estado. Escolheu-se então o trecho Erechim/RS – Porto Alegre/RS para proposição em escala meso, onde identificaram-se as antigas e atuais estações ferroviárias da rota e caracterizaram-se as cidades em que elas estão inseridas. Com isso, pôde-se, enquanto produto final da atividade, promover equipamentos multi-institucionais intermediários nas estações férreas contíguas à linha, apropriáveis pela população e fomentadores deste intercâmbio entre as instituições de ensino, disseminando a extensão universitária em zonas além dos campi, no intuito de ampliar o raio de abrangência das instituições presentes nas cidades-polo através de uma escala mediadora que proporcione conexões mais diretas com municípios não contemplados pela linha férrea.

Publicado
30-08-2019
Seção
Campus Erechim - Projetos de Pesquisa