AMBULATÓRIO EM ACOLHIMENTO EM SAÚDE AO IMIGRANTE

RESULTADOS, APRENDIZADOS E PERSCPECTIVAS

Autores

  • Camila Vieira Viana Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Adelmir Fiabani
  • Maria Eduarda Lêmes Mora

Resumo

No Brasil, o número de imigrantes tem aumentado a partir do início do século XXI. Estes imigrantes têm dificuldades com a documentação e endereço fixo, pois se mudam conforme novas oportunidades de trabalho, o que dificulta e até impede o atendimento em unidades de saúde. Nessa perspectiva, devido esses indivíduos se encontrarem temporariamente desiguais – por suas dificuldades sociais, financeiras, comunicativas e outras – em relação aos brasileiros, faz-se necessário o desenvolvimento de ações que visam a integração desta população no território brasileiro de forma igualitária.  Nesse sentido, a iniciativa praticada no ambulatório em acolhimento em saúde do imigrante prevê a efetivação, a partir do atendimento médico e acolhimento psicossocial, da inserção desses indivíduos no meio social respeitando seus direitos em saúde integral garantidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos. Nessa lógica, o projeto perpassa à academia e se insere nas principais dificuldades em acesso à saúde dessa população, problemáticas essas discutidas via reuniões quinzenais com líderes desses povos no município de Passo Fundo e por meio do contato direto deles com acadêmicos voluntários da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). A partir disso, o agendamento para atendimento médico clínico é realizado e as consultas ocorrem mensalmente, sendo geridas por acadêmicos da UFFS com o apoio de professores médicos no Ambulatório do Hospital São Vicente. O primeiro dia de atendimento realizado se deu em 12 de dezembro de 2018, somando 6 sábados de atendimentos até a presente data. Nesse intervalo, 149 consultas com demandas em saúde previamente identificadas foram agendadas e 81 atendimentos foram realizados. Por conseguinte, esses dados expressam a relevância do projeto que se dá pela possibilidade de aprendizado de estudantes acerca de necessidades em saúde diferentes das encontradas em um ambulatório cujo pacientes são apenas brasileiros. Nesse, a diversidade étnica, social, cultural e patologias desenvolvidas em uma população com diferentes modos de vida dos brasileiros compõem um ambiente repleto de experiências e dificuldades que se somam para a construção de uma aprendizagem multidisciplinar. Ademais, se torna importante pela colaboração para a regulação em saúde e acolhimento de indivíduos que por algumas dificuldades, como a falta de entendimento da língua portuguesa, receio devido aos preconceitos relatados pelos mesmos e desconhecimento sobre a rede de atenção à saúde, não conseguiam o acesso integral, universal e igual à saúde que o Sistema Único de Saúde preconiza. Dito isso, é importante ressaltar que algumas dificuldades foram encontradas ao longo do desenvolvimento das ações e, dentre elas, a interação com imigrantes de diferentes grupos é uma barreira ainda a ser vencida, já que percebemos que esta população se divide em associações específicas em Passo Fundo e que, para atingir a máxima de imigrantes que necessitam de acolhimento em saúde sem quaisquer distinções de pertencimento à um grupo, faz-se necessário o contato com diferentes líderes dos quais ainda não temos total conhecimento. Logo, as perspectivas para as próximas ações se dão na efetivação em atingir uma população de imigrantes cada vez mais ampla e diversificada, visando maior aprendizado e mais igualitário acolhimento em saúde.

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Publicado

09-09-2019

Edição

Seção

Campus Passo Fundo - Projetos de Extensão e Cultura