BOAS PRÁTICAS DE MANEJO E ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA O BEM-ESTAR DE ANIMAIS DE LABORATÓRIO

  • Julia Elisabett Klocoski Bolsonello UFFS
  • SUSANA Regina de Mello SCHLEMPER Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS
  • Valfredo Schlemper
  • Yáh de Oliveira da Silva
  • Lucas Signori UFFS
  • Thays Karoline Ayala UFFS
  • Emerson Longaretti dos Santos
  • Caroline Baldessar Dalmolin UFFS

Resumo

O enriquecimento ambiental visa promover um ambiente mais agradável aos animais de laboratório, permitindo que consigam expressar seu comportamento natural e obtenham melhores respostas tanto nos aspectos físicos como cognitivos.  Estudos experimentais in vivo são realizados geralmente com roedores devido à facilidade de realização dos procedimentos e por esses animais estarem alojados em ambientes controlados, o que tende a reduzir o número de animais nos testes e minimizar interferências nos resultados. A espécie Mus musculus, conhecida como camundongo albino, é clássica para realização de estudos pré-clínicos, por ser muito estudada na atualidade e ser um modelo biológico já consagrado. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho consiste em descrever as principais práticas de manejo realizadas com o intuito de assegurar o bem-estar dos animais alojados durante a implantação do Biotério Central da UFFS. O manejo diário, mais que os procedimentos experimentais, pode interferir de forma acentuada no favorecimento ou diminuição do bem-estar dos animais. Portanto, é fundamental que as pessoas que estão diariamente envolvidas nas atividades de manejo tenham conhecimento e treinamento para suas atividades. O acesso ao Biotério é restrito, com nível de biossegurança No2, com pedilúvios e utilização de EPIs. Barreiras físicas e químicas são utilizadas até a entrada na sala de criação. Os camundongos foram alojados em sistema fechado de microambientes acoplados a racks ventiladas, em que o ar é filtrado em cada caixa onde os animais se encontram. A densidade de animais deve ser considerada, não excedendo cinco camundongos por microambiente (área de 96cm2). A aclimatação ambiental é rigorosa, com a presença de exaustores para minimizar a dissipação de odores e proporcionar a circulação adequada do ar, a temperatura é sempre mantida na faixa ótima (23ºC±2) e um temporizador programável é utilizado para controlar os ciclos de luz com período de claro e escuro de 12/12 horas (com a fase de luz iniciando às 6h e terminando às 18h), com luminosidade na faixa de 1200 lúmens na sala dos animais. A cama utilizada no microambiente dos animais é composta por maravalha de Pinus sp auto-clavada e irradiada com raios UV. Água e ração são fornecidas ad libitum aos camundongos. A ração é peletizada, estéril e exclusiva para a dieta desses roedores. Ração, água e maravalha são esterilizadas em câmara com raios UV. Para garantir o bem-estar animal, foi oferecido enriquecimento ambiental nos microambientes, inseridos cones de papelão previamente esterilizados, para os camundongos expressarem seu comportamento natural. A utilização de enriquecimento ambiental melhora o comportamento dos camundongos, animais naturalmente curiosos, sob todos os aspectos, pois vivem em ambientes nus e monótonos. Este enriquecimento consiste na exposição de animais a ambientes ricos em estimulação sensorial, gerada por objetos inanimados, como cones e rolos de papelão, os quais são utilizados como tocas, galerias de túneis e/ou plataformas com diferentes níveis de acesso. Concluindo, boas práticas de manejo são essenciais e primordiais para evitar situações de distresse nos animais em cativeiro, conferindo-lhes oportunidades de expressar seu comportamento natural.

 

Palavras-chave: Biotério. Camundongos. Pesquisa in vivo.

Publicado
20-09-2019
Seção
Campus Realeza - Projetos de Extensão e Cultura