BOAS PRÁTICAS DE MANEJO E ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL PARA O BEM-ESTAR DE ANIMAIS DE LABORATÓRIO
Resumo
O enriquecimento ambiental visa promover um ambiente mais agradável aos animais de laboratório, permitindo que consigam expressar seu comportamento natural e obtenham melhores respostas tanto nos aspectos físicos como cognitivos. Estudos experimentais in vivo são realizados geralmente com roedores devido à facilidade de realização dos procedimentos e por esses animais estarem alojados em ambientes controlados, o que tende a reduzir o número de animais nos testes e minimizar interferências nos resultados. A espécie Mus musculus, conhecida como camundongo albino, é clássica para realização de estudos pré-clínicos, por ser muito estudada na atualidade e ser um modelo biológico já consagrado. Nesse contexto, o objetivo deste trabalho consiste em descrever as principais práticas de manejo realizadas com o intuito de assegurar o bem-estar dos animais alojados durante a implantação do Biotério Central da UFFS. O manejo diário, mais que os procedimentos experimentais, pode interferir de forma acentuada no favorecimento ou diminuição do bem-estar dos animais. Portanto, é fundamental que as pessoas que estão diariamente envolvidas nas atividades de manejo tenham conhecimento e treinamento para suas atividades. O acesso ao Biotério é restrito, com nível de biossegurança No2, com pedilúvios e utilização de EPIs. Barreiras físicas e químicas são utilizadas até a entrada na sala de criação. Os camundongos foram alojados em sistema fechado de microambientes acoplados a racks ventiladas, em que o ar é filtrado em cada caixa onde os animais se encontram. A densidade de animais deve ser considerada, não excedendo cinco camundongos por microambiente (área de 96cm2). A aclimatação ambiental é rigorosa, com a presença de exaustores para minimizar a dissipação de odores e proporcionar a circulação adequada do ar, a temperatura é sempre mantida na faixa ótima (23ºC±2) e um temporizador programável é utilizado para controlar os ciclos de luz com período de claro e escuro de 12/12 horas (com a fase de luz iniciando às 6h e terminando às 18h), com luminosidade na faixa de 1200 lúmens na sala dos animais. A cama utilizada no microambiente dos animais é composta por maravalha de Pinus sp auto-clavada e irradiada com raios UV. Água e ração são fornecidas ad libitum aos camundongos. A ração é peletizada, estéril e exclusiva para a dieta desses roedores. Ração, água e maravalha são esterilizadas em câmara com raios UV. Para garantir o bem-estar animal, foi oferecido enriquecimento ambiental nos microambientes, inseridos cones de papelão previamente esterilizados, para os camundongos expressarem seu comportamento natural. A utilização de enriquecimento ambiental melhora o comportamento dos camundongos, animais naturalmente curiosos, sob todos os aspectos, pois vivem em ambientes nus e monótonos. Este enriquecimento consiste na exposição de animais a ambientes ricos em estimulação sensorial, gerada por objetos inanimados, como cones e rolos de papelão, os quais são utilizados como tocas, galerias de túneis e/ou plataformas com diferentes níveis de acesso. Concluindo, boas práticas de manejo são essenciais e primordiais para evitar situações de distresse nos animais em cativeiro, conferindo-lhes oportunidades de expressar seu comportamento natural.
Palavras-chave: Biotério. Camundongos. Pesquisa in vivo.
Copyright (c) 2019 Julia Elisabett Klocoski Bolsonello, SUSANA Regina de Mello SCHLEMPER, Valfredo Schlemper, Yáh de Oliveira da Silva, Lucas Signori, Thays Karoline Ayala, Emerson Longaretti dos Santos, Caroline Baldessar Dalmolin
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais da XII SEPE da UFFS.