Efeito de bioestimulante de alga vermelha na germinação de sementes de alface em diferentes temperaturas

  • sediane kohl UFFS Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Mariana Peixoto Bertoncini UFFS Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Letícia Câmara Vieira
  • Flávia Bedin
  • Vanessa Neumann Silva

Resumo

A alface (Lactuca sativa) é uma hortaliça originária do leste do Mediterrâneo, pertencente à família Asteraceae, planta tipicamente folhosa, de clima temperado. Embora exista cultivares adaptadas para o cultivo na primavera/verão, sementes de alface podem apresentar termodormência, quando submetidas à temperaturas acima de 30°C durante a germinação. As algas vermelhas têm sido utilizadas na fabricação de bioestimulantes naturais, os quais podem ser aplicados via tratamento de sementes. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi analisar o efeito do tratamento de sementes de alface, com diferentes doses de bioestimulante de alga vermelha (Solieria spp) na germinação em diferentes temperaturas. O experimento foi realizado no Laboratório de Sementes da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. Foram utilizadas sementes de alface da cultivar Grand Rapids. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 3 x 4 (temperaturas e doses); as temperaturas utilizadas foram: 20, 30 e 35°C; as doses de bioestimulantes foram: 0 (testemunha), 0,5, 1 e 2 mL/L-1, com cinco repetições. O tratamento foi realizado em placas de petri com calda nas dosagens testadas. Posteriormente, as sementes permaneceram em bancada, à temperatura ambiente, para secagem, por 24 horas. A seguir, as mesmas foram submetidas ao teste de germinação, realizado em caixa plástica tipo Gerbox, e acondicionadas em câmara de germinação regulada a 20, 30 e 35°C, separadamente, por 7 dias. As variáveis analisadas foram: índice de velocidade de germinação, primeira contagem de germinação (aos quatro dias Após a Semeadura (DAS)), porcentagem de germinação (aos 7 DAS) e comprimento de raízes e de parte aérea de plântulas. Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância e regressão. Observou-se efeito das temperaturas e das doses, para a maioria das variáveis analisadas. Na média geral, a germinação de sementes de alface foi de 80%, 59% e 0,8%, nas temperaturas de 20, 30 e 35°C, respectivamente, o que comprova a hipótese de termoinibição. De maneira geral, as doses utilizadas não foram eficientes para atenuar o efeito da termoinibição na temperatura de 30°C.  Verificou-se que na temperatura ideal de germinação (20°C), observou-se melhor desempenho das sementes nas doses de 1,09 mL/L-1, 0,39 mL/L-1 e 1,15 mL/L-1, para as variáveis de primeira contagem, porcentagem total e velocidade de germinação, respectivamente; já em relação ao comprimento de parte aérea de plântulas, a dose de 2,19 mL/L-1 foi a de máxima eficiência. Assim sendo, conclui-se que bioestimulante de alga vermelha utilizadas nessa pesquisa promovem bons resultados no tratamento de sementes de alface, quanto a germinação em condição ideal de temperatura, porém não são suficientes para atenuar os efeitos do estresse térmico.

Publicado
02-10-2019
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa