ANÁLISE DE CONCEPÇÕES DE ENSINO EM DIÁRIOS DE PROFESSORES DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS EM FORMAÇÃO INICIAL

Resumo

reflexão tem um grande papel na formação inicial de professores de
Ciências e Biologia, especialmente no perfil de professores críticos, e, para isso, o
diário de formação torna-se um instrumento, por ser uma ferramenta que possibilita
guiar/conduzir a reflexão, ao passo que favorece o desenvolvimento da
investigação-formação-ação levando a análise e ao repensar das próprias práticas
de docência. Sendo assim, a presente pesquisa analisou os diários de formação
desenvolvidos por sete licenciandos que cursaram os componentes curriculares de
Práticas de Ensino durante a 2ª, 3ª e 4ª fase do curso de Ciências Biológicas –
Licenciatura da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) nos anos de 2016 a
2017, com o intuito de investigar as concepções de ensino presentes nas escritas
dos mesmos. As narrativas presentes nos 11 diários de formação foram analisadas
e classificadas de acordo com as concepções de ensino. A partir da análise
temática de conteúdos dos excertos coletados, pode-se constatar a presença de
três concepções: técnica (10:29), prática (16:29) e emancipatória/crítica (3:29).
Verificou-se que nos diários de formação de Prática de Ensino em Ciências e
Biologia II: Currículo e Ensino de Ciências e Biologia, a concepção de ensino
técnica apareceu em 5 excertos, a concepção de ensino prática apareceu em 10
excertos e a concepção de ensino emancipatória/crítica apareceu em 2 excertos.
Nos diários analisados de Prática de Ensino em Ciências e Biologia IV: Laboratório
de Ensino de Ciências 5 excertos se encaixavam na concepção técnica, 6 excertos
se encaixavam na concepção prática e apenas 1 encaixava-se na concepção
emancipatória/crítica. Leva-se em conta que a maioria dos diários analisados eram
oriundos da Prática de Ensino II. Percebe-se assim que a concepção de ensino que
prevaleceu é a prática, ou seja, com relação ao ensino a maioria dos licenciandos
vê o professor como um facilitador do diálogo, da comunicação e da participação,
levando em conta seus saberes prévios e enxergando-os como pessoas
autônomas com identidade própria. Acredita-se que estimulando o licenciando na
formação inicial a desenvolver um pensamento mais crítico e reflexivo, isso repercutirá, no futuro, em suas práticas em sala de aula como professor, resultando
em aulas mais dinâmicas que estimulem a investigação, a reflexão e a crítica de
seus alunos.