COMPONENTE OPTATIVO RACIONALIDADES MÉDICAS E PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE

Relato de experiência sobre plantas medicinais

  • Emely Hertz Bonetti Uffs
  • Maria Eneida de Almeida
  • Tamíres Hillesheim Mittelmann
  • Paulo Roberto Barbato
  • Anne Liss Weiler

Resumo

As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) fazem parte da realidade brasileira oficialmente desde a criação da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares – PNPIC, em 2006. Nesse contexto, o componente curricular optativo Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas e Complementares na Atenção Primária em Saúde/SUS, ofertada ao curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó, traz consigo o fomento teórico relacionado às PICS, assim como, atividades práticas em outras medicinas como ayurvédica, antroposófica e a chinesa. A parte teórica do componente foi desenvolvida através do estudo a respeito do tema e, posteriormente, rodas de conversa para discussão com os demais integrantes. Depois de finalizados os encontros teóricos, começaram as vivências. Assim, o acadêmico é integrado à realidade de cada uma das racionalidades médicas e dos recursos terapêuticos trabalhados já com embasamento teórico para compreendê-los e observá-los de forma crítica-reflexiva. Um dos temas desenvolvidos dentro desse componente optativo foi o de plantas medicinais. Nesse contexto, foi realizada uma roda de conversa, envolvendo os discentes, professores e especialistas no uso das plantas. Ressalta-se que a utilização deste recurso terapêutico é milenar e é incorporado às medicinas tradicionais. Além disso, cerca de 80% da população brasileira faz uso de chás em seu cuidado à saúde. Sabe-se também que 25% dos medicamentos modernos são derivados diretamente ou indiretamente de plantas. No Brasil, a utilização se desenvolveu consideravelmente através do surgimento do programa Farmácia Viva, criado há três décadas pelo Prof. Dr. Francisco José de Abreu Matos, com o intuito de devolver a ciência das plantas medicinais para a comunidade, levando-lhe o ensinamento de seu uso correto e também assistência farmacêutica voltada aos cuidados primários em saúde. A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos foi lançada em 2009 com o objetivo de garantir à população o acesso seguro e uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos. Na Relação Nacional de Medicamentos Essenciais podem-se encontrar plantas no formato in natura, secas e fitoterápicos manipulados, algumas delas são: isoflavona-de-soja, plantago, salgueiro, unha-de-gato, espinheira-santa, hortelã e guaco. Como atividade prática, foi realizada uma visita técnica à Associação Pitanga Rosa, na qual foi possível observar algumas das plantas estudadas e aprender sobre a forma de utilização e preparo delas. Assim, é importante destacar que vivenciar experiências nesse âmbito trouxe ampliação da mentalidade acerca do assunto e houve quebras de possíveis pré-conceitos antes existentes devido a conhecimentos advindos do senso-comum sobre o tema. Portanto, a experiência de cursar este componente optativo transformou conhecimentos antes superficiais em práticas construtivas que demonstraram a importância de cada PICS em sua total dimensão.

Publicado
26-09-2019
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Ensino