A EDUCAÇÃO PERMANENTE NA CONSOLIDAÇÃO DA CULTURA DE SEGURANÇA DO PACIENTE

Resumo

Os serviços de saúde são considerados instituições de alto risco, devido ao seu alto índice de incidentes durante a assistência à saúde. Percebeu-se que muitos dos eventos adversos estavam relacionados à erros humanos e poderiam ser evitados com medidas preventivas. Diante deste contexto, o debate sobre a Segurança do Paciente tem se intensificado nos últimos anos, tanto em cenário nacional quanto internacional, demonstrando a necessidade de ações que melhorem a qualidade desta assistência. Buscando fortalecer a cultura de Segurança do Paciente em um hospital de grande porte do Oeste de Santa Catarina, desenvolveu-se, entre maio de 2018 à julho de 2019, o programa de extensão “Segurança do Paciente: construindo caminhos para a cultura de segurança do paciente”. O programa teve como objetivo geral desenvolver atividades educativas para promover a cultura de segurança do paciente no Hospital e na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), campus de Chapecó. Com encontros semanais para apropriação de conteúdo, as atividades eram organizadas e realizadas em parceria com o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP), por meio de ciclos educativos baseados nas metas mundiais de Segurança do Paciente e nas demandas presenciadas pelo serviço. Para além dos ciclos realizados no ambiente hospitalar, também realizou-se atividades no campus da Universidade Federal da Fronteira Sul, no Ambulatório de Lesões de Pele, e na Secretaria Municipal de Saúde. Foram cerca de 1000 pessoas envolvidas diretamente nas ações do projeto, tendo como resultados a aproximação entre instituição de ensino e instituições de saúde, retorno positivo do NSP referente ao aumento do número de notificações de eventos adversos e mudanças positivas nas rotinas, inserção do tema na atenção primária e secundária à saúde no município, encontros na UFFS para debate sobre o assunto, apropriação da temática entre os acadêmicos participantes do projeto, sendo estas ações um fator contribuinte para fortalecer e disseminar a cultura de segurança do paciente. Fortalecer a integração ensino e serviço contribui significativamente para a qualidade da assistência à saúde, uma vez que o elo criado auxilia na educação permanente de diferentes profissionais dos diversos setores. Transformar práticas já robotizadas para um novo olhar reflexivo, exige do profissional o conhecimento dos possíveis efeitos de suas ações e a sensibilização para uma assistência à saúde humanizada e consciente. Isto reflete na redução do risco de eventos adversos, permitindo a segurança durante diferentes procedimentos. Promover a cultura de segurança causa um impacto direto na assistência, por isso acredita-se que os resultados são mais amplos, ultrapassando o âmbito educacional, como um efeito dominó positivo. Diante do exposto constata-se que consolidar a cultura de segurança do paciente é um dever de todos, sendo um processo contínuo, que exige (re)pensar atitudes nos serviços de saúde, ampliando o olhar para um cuidado digno, de qualidade e seguro.