ATUAÇÃO DOS RECEPTORES PURINÉRGICOS P2X1 E P2X7 NA DOENÇA RENAL CRÔNICA

Resumo

Os rins são os órgãos fundamentais para a manutenção da homeostase do corpo humano. A diminuição progressiva da função renal implica comprometimento de, essencialmente, todos os demais órgãos. Contudo, independentemente da etiologia da doença de base, os principais desfechos em pacientes com doença renal crônica (DRC) são as suas complicações. A DRC é considerada um problema de saúde pública mundial, o qual apresenta prevalência considerável. A DRC apresenta-se em uma a cada dez pessoas na população mundial, contudo, 90% dos acometidos não sabem que apresentam a disfunção renal. É importante salientar que a DRC pode ser desencadeada por diabetes, obesidade, hipertensão arterial, tabagismo, dentre outras comorbidades. Com a finalidade de melhor compreender a atuação dos receptores purinérgicos P2X1 e P2X7 na DRC, realizou-se buscas nas seguintes bases de dados: LILACS, PUBMED e SCIELO, com as palavras-chave “doença renal crônica”, “receptores purinérgicos”, “P2X1” e “P2X7”, filtrando apenas os resumos a partir de 2016. Resultaram, respectivamente, 2, 10 e 4 artigos, dos quais excluiu-se todos que não estavam de acordo com o tema proposto. O trifosfato de adenosina (ATP) é uma molécula responsável por fornecer energia para os mais variados processos do metabolismo celular. Além disso, o ATP, existente em todas as células, é uma molécula sinalizadora do sistema purinérgico, o qual atua como regulador dos mecanismos fisiopatológicos no ambiente extracelular. Sabe-se que as células renais possuem ectonucleotidases, que são responsáveis pela hidrólise de nucleotídeos extracelulares, interagindo com receptores purinérgicos através da liberação de interleucina 1 beta (IL-1b) e interleucina-18 (IL-18). Assim, a estimulação destas células podem acontecer concomitantemente a processos inflamatórios e anti-inflamatórios, bem como pode estar ligada a necrose e a apoptose celular. No receptor P2X1, localizado na arteríola aferente, local de entrada sanguínea para o glomérulo, ocorre o processo de promoção da vasoconstrição, corroborando, assim, para com o mecanismo de feedback túbulo glomerular, o qual consiste na regulação do fluxo sanguíneo, nesta arteríola, a partir da concentração de cloreto de sódio fora da alça de Henle. A liberação de interleucina 1 beta (IL-1b) e ativação de NFkapaB e do fator nuclear de células T ativadas (NFAT) possuem relação com o processo de apoptose e morte celular, que ocorrem nas células que expressam o P2X7 endógeno: células dendríticas, linfócitos, macrófagos, células microgliais e células mesangiais renais. A ativação de P2X7 pode causar proliferação de linfócitos. Além disso, o P2X7 é a subunidade responsável pelas citocinas pró-inflamatórias que promovem a apoptose. Considerando que a DRC promove um estado constante de inflamação, o sistema purinérgico atua expandindo-a. Além disso, ao promover apoptose, proporciona maior liberação de ATP pelas células lesadas. Isso leva a um ciclo de degradação em um tecido já comprometido, acentuando a deficiência no processo de filtração renal.

Publicado
18-09-2019
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa