RESGATANDO A MEMÓRIA

PLANEJANDO E REQUALIFICANDO A ORLA FERROVIÁRIA DE ERECHIM

  • Paulina Engler UFFS
  • Renata Franceschet Goettems

Resumo

Resumo: Este resumo é parte de um trabalho final de graduação que busca a compreensão das dinâmicas envolvidas historicamente no espaço urbano da cidade de Erechim-RS, com foco nas áreas da orla ferroviária. Neste resumo, objetiva-se apresentar as questões teóricas e metodológicas que embasaram os estudos. A metodologia abordada no trabalho baseia-se na pesquisa bibliográfica, estudo de caso, levantamento de campo e diagnóstico da área. A pesquisa bibliográfica foi importante para compreender a história e as dinâmicas socioculturais da cidade de Erechim. A pesquisa teórica, procurou compreender as dinâmicas contemporâneas das cidades e a relação do espaço urbano com as vivências cotidianas e a familiaridade da memória afetiva e coletiva com o patrimônio edificado da cidade, teve como base os autores Jan Gehl (2013), Tardin (2008), Ulpiano Bezerra de Meneses (1998 e 2006), Beatriz Kühl (2000) e Manuela Rufinoni (2013). Foram realizados dois estudos de caso, o primeiro, com foco na Estação Férrea de Passo Fundo-RS e o segundo dando atenção aos princípios do Parque High Line de Nova York. Já o levantamento de campo teve como principal objetivo perceber as individualidades da cidade. Como guia estratégico utilizou-se dos conceitos de Kevin Lynch em “A imagem da cidade” (2011), para obter uma melhor compreensão dos espaços e das suas relações os quais baseiam-se em Vias, Limites, Marcos visuais, Pontos Nodais e Bairros. Para o autor vias servem para, além de nos direcionar, nos conduzir a observar as características dos espaços. Os limites são elementos lineares que estabelecem uma fronteira entre uma área e outra. Já os marcos visuais são elementos construídos ou naturais que nos referenciam no espaço, essas referências podem se destacar pela sua forma, volume ou até mesmo pela sua relevância histórica na memória da comunidade. Os pontos nodais são locais que convergem e aproximam as pessoas, podendo se tornar espaço de conflito ou de trocas. Por fim, os bairros baseiam-se em uma comunidade que se unifica por características em comum, construindo dessa forma uma identidade local, podendo diferir dos bairros definidos pelo poder municipal. O diagnóstico da área foi desenvolvido a partir do reconhecimento da área de estudo e das percepções no levantamento de campo. Essa etapa desenvolveu-se em duas escalas, da cidade e local, compreendendo os espaços e elaborando mapas baseados nas análises de Kevin Lynch (2011) e nas vivências do local objetivando a compreensão e o diagnóstico do recorte (orla ferroviária). A partir dessas análises foram elaboradas diretrizes projetuais que visam a conexão da cidade com os trilhos, o resgate da memória e a vivência nos espaços livres. A análise na escala da cidade juntamente com o referencial teórico estudado, possibilitou a compreensão de que para resgatar a relação da comunidade com a sua história e memória é necessária uma intervenção urbana nas margens da ferrovia, promovendo a ideia de espaço público contínuo, integrando e equilibrando as conexões da população com os trilhos.

 

Palavras-chave: Espaços livres. Ferrovia. Patrimônio industrial.

Publicado
11-09-2019
Seção
Campus Erechim - Projetos de Ensino