PERFIL DOCENTE

CARACTERÍSTICAS DO BACKGROUND ACADÊMICO DOS PROFESSORES DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL, CAMPUS CHAPECÓ

  • Laura Lange Biesek Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó
  • Graciela Soares Fonsêca

Resumo

As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) de 2014 para os cursos de medicina demandam modificações curriculares, implicando em adaptações por parte do corpo docente, majoritariamente graduado em cursos com metodologias tradicionais de ensino, para aplicar adequações para graduar novos médicos que atendam ao perfil requisitado. Objetiva-se realizar um relato da experiência da equipe de Educação Permanente (EP) para docentes do curso de medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó, que realizou um levantamento do perfil de formação dos professores através do Google Forms. Dos 50 professores, 31 (16 deles, médicos) responderam ao questionário (62% de adesão). 87,1% provém de graduações com metodologia tradicional no ensino. 74,2% têm ao menos 5 anos de atuação na área-base de formação, enquanto 16,1% não atuou nela após a faculdade. Dos não-médicos, 93,3% possuem mestrado e 100% possuem doutorado; enquanto dentre os médicos, 34,75% possuem mestrado, 12,5% possuem doutorado e 87,5% possuem residência na área de atuação. 80,6% possuem experiência prévia em docência, e 54,83% possuem atividades profissionais além da Universidade. Os principais motivos apontados para a não dedicação exclusiva foram baixa remuneração financeira e realização pessoal. Afeição pela docência e realização pessoal são as principais motivações para iniciar o vínculo à Instituição. Em relação ao conhecimento das DCN, 48,4% apontaram seu conhecimento como “médio”, 41,9% como “alto”, nenhum como “muito alto”. 48,4% concordam totalmente com a reformulação ocorrida e 51,6%, parcialmente. Nenhum discorda. A principal problemática apontada dentro do ensino é a falta de interesse dos discentes, enquanto os principais materiais-base para construir as aulas são: literatura (96,8%), experiência profissional (74,2%) e DCN (45,2%). Quanto à motivação perante o exercício da docência, 71% sentem-se motivados e 6,5% apresentam-se desmotivados. É possível perceber características positivas e negativas do perfil de docentes. A maioria origina-se de cursos com metodologias de ensino tradicional, justificando dificuldades na aplicação de metodologias ativas de ensino-aprendizagem, relatadas em questões abertas do questionário. As extensas atividades além da Universidade, reportadas por 100% dos médicos, justificam o frequente apontamento de “falta de tempo” como dificuldade para preparação de aulas, dedicação para atividades institucionais e participação de atividades de EP; apesar de professores com dedicação exclusiva relatarem problemas semelhantes pelo alto grau de responsabilidades institucionais. Entretanto, percebe-se interesse nas novas DCN, a partir do grau auto-relatado de conhecimento e seu frequente uso na preparação das aulas. O uso da experiência profissional em sala de aula é essencial no ensino médico para integrar a teoria com a prática profissional futura, tornando importante o tempo de atuação na área-base para os professores do ciclo clínico. Conclui-se, dessa forma, que o perfil é de médicos, formados em metodologia tradicional, que majoritariamente não possuem mestrado ou doutorado; apenas residência, mas apresentam tempo de experiência na profissão e sentem-se motivados com a docência. O conhecimento sobre as DCN é universal, mesmo que mediano; e tendem a concordar, mesmo que parcialmente, com elas.

Biografia do Autor

Laura Lange Biesek, Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Chapecó

Acadêmica de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. Bolsista de Extensão do edital 1098/2017/UFFS. 

Graciela Soares Fonsêca

Doutora em Ciências Odontológicas. Docente do curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó.

Publicado
16-09-2019
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Extensão e Cultura