os OS DESAFIOS DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NO ENSINO MÉDIO NA LICENCIATURA INTERDISCIPLINAR EM EDUCAÇÃO DO CAMPO – CIÊNCIAS DA NATUREZA - DA UFFS ERECHIM

Resumo

Os cursos de formação inicial de professores vêm possibilitando discussões e reflexões acerca das metodologias utilizadas nos processos de ensino e de aprendizagem, permitindo que as aulas tornem-se diferenciadas, mais dinâmicas e que promovam a aprendizagem significativa dos estudantes, relacionando o conteúdo com aulas teóricas e aulas práticas, levando a experimentação para a sala de aula, permitindo que os estudantes tornem-se mais ativos, favorecendo as relações entre os estudantes e a aprendizagem dos conteúdos trabalhados. Em torno da perspectiva da formação de professores na Educação do Campo e o Estágio Supervisionado, este trabalho apresenta as reflexões realizadas por uma acadêmica do Curso Interdisciplinar em Educação do Campo – Ciências da Natureza – da UFFS Erechim em seu trabalho de conclusão de curso, bem como os resultados advindos da pesquisa. O objetivo principal do trabalho foi investigar os desafios e dificuldades que os acadêmicos estagiários do curso supracitado apresentam durante o estágio IV (ensino médio), bem como se as atividades experimentais fazem parte de seus planejamentos. A análise dos dados, coletados junto a acadêmicos / estagiários que realizaram o estágio IV no primeiro semestre de 2019, incluiu um questionário semiestruturado. Os dados foram categorizados, interpretados e apresentados em gráficos e em discussões. Como resultados pode-se verificar que existe grande dificuldade para articular as disciplinas de biologia, física e química, com seus respectivos conteúdos de forma interdisciplinar. Foi possível detectar que esta articulação não aconteceu de forma completa, seja em função dos conteúdos rígidos e fechados determinados nas escolas, seja pela dificuldade de aceitação de um trabalho integrado entre as disciplinas, já que em todas as escolas, são três professores distintos que ministram as três disciplinas, inclusive de forma isolada uma das outras. Cabe salientar que todos os estagiários mencionaram ter realizado atividades experimentais em suas aulas do estágio IV, destacando que as mesmas motivaram não apenas os estudantes, mas inclusive eles próprios. De forma geral, parece haver a necessidade de desmistificar, nos cursos de formação inicial, a ideia de que aulas experimentais só podem acontecer em laboratórios e com materiais sofisticados, muitas vezes inexistentes nas escolas. Os questionários aplicados revelam a satisfação pelo uso das atividades experimentais durante seus estágios em docência, sendo este o verdadeiro papel de um estágio: agregar novas metodologias e romper com o formalismo existente e a práticas centradas apenas em livros didáticos. Portanto, para trabalhos futuros fica a sugestão de investigar a presença de atividades experimentais, reais e virtuais, nas aulas de ciências, tanto no ensino Fundamental como no Ensino Médio, bem como um trabalho direcionado, a importância da articulação entre as disciplinas da área da Ciências da Natureza e também com os demais componentes curriculares das escolas. Os resultados da pesquisa apontam a necessidade de olhares diferenciados para a formação inicial em um curso interdisciplinar, que venham a promover o enriquecimento dos planejamentos, bem como contemplar a interdisciplinaridade, o uso de atividades experimentais e de tecnologias educacionais em disciplinas do curso e nos estágios.