A A TRANSEXUALIDADE VISTA PELAS LENTES DO PROFISSÃO REPÓRTER

  • Alex Sandro Saldanha Unochapecó/ Unopar

Resumo

O trabalho intitulado como “A Transexualidade vista pelas lentes do Profissão Repórter”, teve como objeto de estudo a edição de 26 de abril de 2017 do programa Profissão Repórter, na oportunidade a  pauta foi o processo de aceitação das famílias que têm filhas ou filhos transexuais, travestis e gays. A pesquisa objetivou-se em compreender as escolhas narrativas, a abordagem e a linguagem jornalística atribuída. Uma das técnicas de coleta de dados empregada foi o grupo focal, recurso utilizado para complementar a análise e qualificar os resultados. O grupo focal foi composto por cinco membros e levou em conta a participação e engajamento com a comunidade LGBTQ local. O encontro ocorreu no dia 06 de setembro de 2017 e foi dividido em dois momentos. A primeira parte se deu com a apresentação do programa, os membros assistiram a matéria na íntegra, no segundo momento foi aberto o diálogo. A participação foi de grande valia para a indagação, já que puderam ser apresentadas visões e compreensões diferentes, além disso, os membros pontuaram questões relacionadas às práticas jornalísticas, como por exemplo, a invasão de privacidade e o tratamento com as fontes. Constatou-se que por ter sido a segunda vez que o programa abordou o assunto, equívocos cometidos há cinco anos são repetidos, o uso incorreto de termos como o pronome “ele” são frequentes. Outras considerações dizem respeito ao uso das imagens, que foram apresentadas como espetáculos para o público de casa, apelando para a emoção e premissas irrelevantes, além disso, é feito o uso de cenas de violência, exibidas sem cuidados e cautela. Nas concepções de Guy Debord, teórico criador do termo “ sociedade do espetáculo” na década de 60, os meios de comunicação utilizam destes recursos para manterem a atenção dos telespectadores, “O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre as pessoas, mediadas por imagens” (Debord,1997, p.14). Quando se usam de elementos fortes para obter audiência, coloca-se em cheque alguns ideais da prática jornalística. A aposta das novas produções midiáticas, são o entretenimento e a espetacularização. Pontos que podem ser observados no Profissão Repórter. A análise revelou superficialidade no tratamento dos temas transexualidade e homossexualidade. Foi possível constatar equívocos conceituais, denotando a falta de compreensão do tema, além de apelo sensacionalista. Essas considerações foram evidenciadas pelo olhar dos ativistas de gênero, em sua grande maioria as percepções críticas foram relacionadas às práticas jornalísticas.

Publicado
02-10-2019
Seção
Campus Chapecó - Comunidade Regional