VULNERABILIDADES EM SAÚDE DOS ESTUDANTES IMIGRANTES HAITIANOS
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumo
A transição dos imigrantes haitianos para o Brasil desencadeia conflitos na adaptação às mudanças no estilo de vida, tornando-os vulneráveis aos determinantes sociais de saúde e dificultando o conhecimento sobre a promoção da saúde e o autocuidado. Objetiva-se compartilhar sobre um círculo de cultura realizado com os imigrantes haitianos, estudantes da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), com o propósito de refletir sobre as vulnerabilidades e necessidades emergentes dessa população, de modo que o direito ao acesso à saúde se fortaleça em prol de uma vida saudável. O círculo de cultura foi realizado no espaço universitário, em junho de 2019, com a participação de 10 estudantes haitianos de diferentes cursos da UFFS, à luz dos pressupostos teórico-filosóficos de Paulo Freire. Nesse círculo de cultura construiu-se uma árvore reflexiva, na qual, segundo o itinerário de pesquisa, a raiz representou a investigação temática, com discussão dos temas que expressaram as vulnerabilidades que dificultam a saúde dos imigrantes, como a falta de tempo, dificuldades na língua portuguesa e saudade da família. A codificação e descodificação desenvolveu-se a partir do tronco da árvore, realizada através da divisão do grande grupo em três subgrupos para refletir sobre a saúde física, social e mental, elencando as dificuldades na escrita de cartazes, que foram apresentados ao grande grupo, refletindo sobre os determinantes sociais que estão envolvidos. Algumas das vulnerabilidades expostas foram: a falta do lazer, de renda, do sono, da rede de apoio e dificuldades em relação à adoração religiosa. Em seguida, para o desvelamento crítico, utilizou-se as folhas da copa da árvore reflexiva, nas quais cada integrante escreveu o que mais precisava melhorar para promover a sua saúde diante das discussões do encontro, sendo ressaltado algumas adaptações, na falta de tempo, aceitação, do lazer, de inclusão e da família. O encontro foi encerrado com lanche comunitário, com a temática de festa junina e comidas típicas. Essa atividade permitiu a reflexão das próprias vulnerabilidades no contexto de vida de cada imigrante haitiano e, a partir do diálogo, apontar melhorias para a saúde mental, física e social, promovendo o autocuidado, além de estimular debates posteriores voltados para a rede de saúde local, buscando meios de promoção à saúde e melhoria na assistência do público imigrante.
Copyright (c) 2019 Maira Lidia Schleicher, Fernanda Walker, Jeane Barros de Souza Lima, Ivonete Teresinha Schulter Buss Heideman, Juliana Campagnoni, Angélica Zanettini, Jonathan Vixamar
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais da XII SEPE da UFFS.