FORMAÇÃO EM ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO PARA AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE REALEZA-PR

Resumo

Resumo: O(A) Agente Comunitário(a) de Saúde (ACS) desempenha um importante
papel como mediador(a) entre os saberes técnicos e populares, entre equipe de
saúde e comunidade; é ele(ela) quem conhece a realidade de cada indivíduo
podendo acompanhá-los mais de perto. Através das visitas domiciliares, é possível
também acompanhar a evolução dos pacientes. Neste sentido, o Programa de
Extensão em Segurança Alimentar e Nutricional (NUTRISAN) da Universidade
Federal da Fronteira Sul (UFFS) em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde
(SMS) de Realeza, ofereceu às ACS de Realeza um curso de formação em
alimentação e nutrição. Os objetivos foram qualificar as ações dessas profissionais
no que diz respeito às orientações gerais aos usuários com doenças, nas quais o
manejo da dieta tem papel fundamental E trabalhar, de forma criativa e fácil, receitas
culinárias com os alimentos que compõem a cesta básica distribuída pela Secretaria
de Assistência Social do município, à população empobrecida. Assim, de abril a
julho/2019, ocorreram sete encontros com duração de quatro horas cada, divididos
em dois momentos: um primeiro, de formação teórica, com nutricionistas convidadas
(professoras da UFFS e Nutricionista da SMS), em que se abordaram o cuidado ao
diabético, hipertenso, obeso, à pessoa com hipo e hipertiroidismo, idoso desnutrido,
doenças comuns na gestação e rotulagem nutricional; um segundo momento de
oficina culinária, com a execução de receitas simples e de fácil preparação
considerando-se os itens da cesta básica. Os assuntos foram escolhidos a partir de
sugestões das próprias ACS, que em reuniões, referiram dúvidas e dificuldades em
seu dia a dia, no atendimento à população no que diz respeito à alimentação. As atividades aconteceram as sextas-feiras pela manhã, nas instalações da UFFS –
Laboratórios 119 e de Técnica Dietética. Ao final, as participantes fizeram uma
avaliação e receberam um CD com o material disponibilizado pelas ministrantes e as
receitas elaboradas nas oficinas culinárias. Participaram vinte ACS. Nos momentos
teóricos houve a oportunidade de troca de conhecimentos – as agentes colocavam
situações reais e tiravam dúvidas com as nutricionistas e essas, bem como as
acadêmicas apreendiam a forma como a população entende o cuidado com a saúde,
em especial a alimentação. O desafio nas oficinas foi trabalhar receitas com os
ingredientes da Cesta Básica. Pela dificuldade encontrada, incluíram-se também
outros produtos a exemplo do milho, mandioca, carne moída, frango e frutas de
época. Trabalhou-se 15 receitas, dentre elas: curau de milho; bolo de banana;
bolinho de arroz assado, arroz colorido; baião de dois, bolo de laranja; torta de
legumes. Foram momentos enriquecedores, com interação entre todas. O
envolvimento das estudantes e nutricionistas, bem como a organização e dinâmicas
utilizadas foram avaliadas positivamente pelas ACS. Houve unanimidade na
afirmativa de que o curso deveria ser mais longo. Concluiu-se que a formação teórica
associada à prática na cozinha potencializou o aprendizado das ACS. As mesmas
tiveram exemplos práticos de como orientar tanto cuidadores, como a população em
geral, durante as visitas domiciliares. Para as estudantes foram momentos de
fortalecer a convicção de que todo o processo de aprendizado deve partir da
realidade.