COMPONENTE OPTATIVO RACIONALIDADES MÉDICAS E PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE: RELATO DE EXPERIÊNCIA EM TERMALISMO E CRENOTERAPIA.

  • Rubens Elias Dahlke UFFS
  • Patrícia Gonçalves Zambrano Guimarães Universidade Federal da Fronteira Sul- Chapecó/SC
  • Maria Eneida de Almeida Universidade Federal da Fronteira Sul- Chapecó/SC
  • Paulo Roberto Barbato
  • Anne Liss Weiler

Resumo

Através do componente optativo “Racionalidades Médicas e Práticas Integrativas e Complementares em Saúde”, disponibilizado pelo curso de Medicina da Universidade Federal da Fronteira Sul - Campus Chapecó, os acadêmicos têm a oportunidade de trabalhar conceitos além da medicina científica, introduzindo e abordando de maneira teórica e prática medicinas tradicionais, também denominados de sistemas médicos complexos. Nesse contexto, baseado na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), foi trabalhado através da disponibilização de referências e de uma roda de conversa, o tema Termalismo e a Crenoterapia, que são práticas incentivadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 2006. O Termalismo diz respeito à utilização das águas naturalmente termominerais, enquanto a Crenoterapia à utilização da água mineral natural, ambas para promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde. Essas práticas tiveram origem no século IX, com o desenvolvimento de civilizações às margens dos rios. Foram praticadas e desenvolvidas no Império Romano, tendo a primeira classificação de acordo com as propriedades químicas e orientações terapêuticas. Apesar do intuito inicial de utilização das águas ser direcionado ao benefício da saúde, durante a história essas práticas acabaram incorporando valor comercial, e se tornaram populares através do turismo. Até a década de 1950, o Termalismo era prática restrita à nobreza. A PNPIC tem a meta de socializar a riqueza hídrica do país para o cuidado à saúde da população. O benefício à saúde proveniente das águas relaciona-se com suas formas de utilização, temperaturas e componentes. As modalidades de utilização incluem banhos, com benefícios diretos sobre a pele e sistema neuro-imuno-endócrino através da absorção; ingestão, atuando sobre o sistema gastrointestinal, renal, urológico e metabólico; e inalação, beneficiando o sistema respiratório, com resultados provenientes da absorção. Sobre a temperatura, são indicadas águas mais frias para atividades relacionadas com vasoconstrição e redução da dor, e as quentes para vasodilatação e relaxamento. Dentre os componentes das águas podem ser citadas as águas sulfurosas, sulfatadas e ricas em cloreto, cada uma com sua especificidade de atuação. Atualmente, as pesquisas científicas relacionadas a estes temas no Brasil ainda são de raro interesse, o que prejudica o reconhecimento dessas práticas medicinais na sociedade. Apesar da introdução no SUS há mais de dez anos, ainda são identificadas poucas iniciativas. Diante disso, observam-se alguns desafios para seu desenvolvimento, como a necessidade de formação profissional qualificada, a ampliação das pesquisas sobre o assunto, o fortalecimento da política pública e de ambientes disponibilizados para essas práticas e disponibilização de financiamento. O conhecimento a respeito das práticas medicinais tradicionais faz-se importante na prática médica atual no contexto da avaliação dos possíveis benefícios que as terapias complementares podem acarretar à saúde dos pacientes interessados. O entendimento básico e conhecimento sobre legislação das mesmas, possibilita que os profissionais de saúde orientem os pacientes a respeito do assunto e proporcionem acesso aos mesmos caso seja de interesse.

Biografia do Autor

Patrícia Gonçalves Zambrano Guimarães, Universidade Federal da Fronteira Sul- Chapecó/SC

Acadêmica do curso de Medicina da Universiade Federal da Fronteira Sul- Chapecó/SC

Maria Eneida de Almeida, Universidade Federal da Fronteira Sul- Chapecó/SC

Doutora em Saúde Coletiva (IMS UERJ). Coordenadora do CCR Optativo. Curso de Medicina, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó

Paulo Roberto Barbato

Doutor em Saúde Coletiva (UFSC). Colaborador do CCR Optativo. Curso de Medicina Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó

Anne Liss Weiler

Acadêmico de Medicina, Monitora, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó

Publicado
26-09-2019
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Ensino