ASSISTÊNCIA À MULHER COM CÂNCER DE MAMA
PERSPECTIVAS DE FAMILIARES DE MULHERES MASTECTOMIZADAS
Resumo
A neoplasia mamária acomete mulheres em todo o mundo, sendo a mastectomia uma forma de tratamento por meio de intervenção cirúrgica, na qual ocorre a retirada total da mama. Os métodos preventivos do câncer de mama indicados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) baseiam-se nos hábitos saudáveis de vida e na detecção precoce do câncer. A mulher e sua família tendem a passar por mudanças de vida nesse processo, desde o diagnóstico até a aceitação da doença e readaptação, afetando rotinas, crenças, hábitos, percepções e comportamentos de todo o seio familiar. Tem-se por objetivo compreender as percepções dos familiares das mulheres mastectomizadas sobre à assistência em saúde e as necessidades de promover a saúde após a vivência do câncer de mama. O estudo, de abordagem qualitativa, compõe um projeto de pesquisa matricial da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), e foi realizado no segundo semestre de 2018 com dez familiares de mulheres mastectomizadas entre 2012 e 2018. A seleção dos participantes ocorreu com a identificação das dez mulheres mastectomizadas no SUS, que escolheram um familiar que acompanhou sua trajetória do câncer. A coleta de dados se deu através de entrevistas semiestruturadas que abordaram as percepções do familiar acerca da assistência em saúde à mulher com câncer de mama e da promoção da saúde após a superação do câncer. Os dados foram analisados conforme análise de conteúdo. O câncer adoece, além do doente, também a unidade familiar, que se depara com angústias, novas necessidades, desafios e um rearranjo dos papéis familiares. Diante disso, o familiar constrói suas próprias perspectivas acerca da assistência à mulher com câncer, identificando potencialidades no SUS, como: humanização, dedicação, interação e comunicação da equipe de saúde. Entretanto, a lentidão do atendimento para realização de exames e cirurgia foi pontuada como fator que compromete a qualidade assistencial, aliando a isso a falta de informações sobre a doença. Os familiares fizeram sugestões para o aprimoramento da assistência, tais como: sistemas de apoio e orientação, maior agilidade e aprimoramento dos recursos humanos. Após a vivência do câncer, os membros da família promovem o autocuidado em busca da prevenção de doenças e de maior qualidade de vida, adotando práticas saudáveis relacionadas à alimentação e à saúde corporal e psicológica. Esse estudo possibilitou maior entendimento das necessidades de cuidado e promoção da saúde das mulheres que vivenciam o câncer de mama, como também dos seus familiares que são afetados pelo processo saúde doença, proporcionado reflexões quanto ao atendimento na rede de atenção à saúde, estimulando debates em prol de melhorias na assistência a esse público.
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