A UTILIZAÇÃO DA INTERDISCIPLINARIDADE NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UMA PERSPECTIVA DO MOVIMENTO ACERCA DA CIÊNCIA-TECNOLOGIA-SOCIEDADE NA EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS

Resumo

Se, há cerca de dois séculos, o início da Revolução Industrial parecia trazer os caminhos para um crescimento econômico considerado milagroso, a tecnologia simbolizada pelas máquinas a vapor e o capitalismo marcado pelo liberalismo econômico, atualmente, isso vem sendo questionado por uma denominada consciência ecológica, surgindo da percepção do ser humano, da escassez que tem crescido e se intensificado cada vez mais. Nesse sentido, esse trabalho investigou: quais práticas metodológicas têm sido utilizadas na Educação Básica e quais critérios são adotados para a escolha desses temas voltados ao contexto da Educação Ambiental (EA)? Objetivando identificar e analisar as possíveis dificuldades enfrentadas por professores na inserção de temas voltados a EA e suas práticas metodológicas na Educação Básica, entender de que forma esses trabalhos estão sendo desenvolvidos, de forma disciplinar, interdisciplinar ou outra. Como metodologia de análise, nos utilizamos da Análise Textual Discursiva, estruturada três etapas: Unitarização, Categorização e Comunicação. O corpus de análise foi composto por artigos das atas do XI Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências no período de 2017, em sua linha: “Educação ambiental e educação em ciências”. Assim, os resultados alcançados estão compendiados nos núcleos de sentido, gerando de forma emergente a categoria: EA: uma prática interdisciplinar pautada por implicações científico-tecnológicas. A Educação ambiental e o enfoque da Ciência-Tecnologia-Sociedade, estabelece ampla conexão, principalmente e fatos alusivos à degradação/conservação/preservação do meio ambiente, compartilhando a preocupação com o poder que a sociedade tem de decidir sobre o uso da tecnologia que a ciência produz através de sua manipulação, essa não neutra, em nome do consumismo exacerbado, que em detrimento de suas práticas acaba degradando o meio ambiente, fazendo o uso indiscriminado da CT, sem possuir nenhuma “trava de segurança”,  assim, esse papel cabe a sociedade exercer, com seu poder decisório frente as problemáticas cientifico-tecnológicas, porém, permeia fortemente a ideia de que a mesma que provoca a degradação continua sendo a mesma utilizada para reparar o dano causado, poucos trabalhos dão conta de uma possível medida de preservação, que anteceda a degradação. Em espaços formais de educação, a crítica de muitos trabalhos analisados se dá sobre as formas fragmentadas e pontuais que são habituais nas práticas de EA escolares, estas formas fragmentadas se dão muito pela dificuldade de docentes, não oferecem a importância adequada de ações voltadas para a participação dos estudantes nas problemáticas pertinentes ao seu cotidiano. Diante dessa problemática em práticas descontextualizadas, autores demostram a mesma preocupação e vão além, sugerem a EA como um tema “interdisciplinar e transversal”. Assim, a complexa problemática ambiental necessita de compreensão, bem como os vários processos que a caracterizam, o que provocou uma discussão sobre a fragmentação e a compartimentalização de um modelo disciplinar, incapazes de explicar e direcionar o caminho para resolvê-la. Indicando que a interdisciplinaridade está presente em práticas educativas, como ferramenta balizadora, como forma de reunir, estabelecer novos diálogos problematizadores em busca de uma sociedade sustentável, adentrando a ambientes escolares, antes distantes em sua prática, agora comunicantes entre as diferentes disciplinas, sob o viés ambiental.

Palavras-chave: Educação Ambiental. Interdisciplinaridade. Ciência-Tecnologia e Sociedade. Diálogos Problematizadores.