AS MÍDIAS SOCIAIS, OS ACERVOS PARTICULARES E A HISTORIOGRAFIA DA EDUCAÇÃO EM LARANJEIRAS DO SUL – PR

  • Lucimara Lemiechek Universidade Federal da Fronteira Sul

Resumo

O presente trabalho discute o papel das mídias sociais na localização de arquivos particulares como fontes para produção de conhecimento em historiografia da educação no município de Laranjeiras do Sul – PR. O objetivo é problematizar como os arquivos particulares, especialmente as fotografias, podem contribuir nas pesquisas sobre instituições escolares desvelando aspectos como: o contexto histórico que justifica sua criação, a arquitetura escolar, a organização dos espaços e tempos escolares, o corpo docente e discente, gestores, currículo, material didático, atividades extraclasse, projeto pedagógico, normas e regulamentos entre outros. O uso da fotografia como fonte para pesquisa historiográfica ganhou destaque nos últimos anos pelas discussões que a concebem não apenas como objeto ilustrativo da realidade, mas sim, como uma forma de representação social por meio da qual é possível compreender as transformações pelas quais passaram determinados grupos sociais. Muitas vezes, na impossibilidade de acesso ou inexistência de arquivos públicos, é imprescindível que o pesquisador volte o seu olhar para os acervos particulares. Neste sentido, as mídias sociais além de se constituírem canais de relacionamento com inúmeras possibilidades de interação, conexão e compartilhamento de conteúdo entre os usuários podem viabilizar a localização de fontes. A dissertação de mestrado defendida por mim em setembro de 2014 intitulada “Aspectos históricos da formação de professores normalistas no município de Laranjeiras do Sul – PR (1946 – 1980)” originou um considerável acervo documental que, mesmo não sendo utilizado naquele momento, mostrou-se relevante para pesquisas futuras. Assim, este acervo passou a ser socializado em página e grupo do Facebook. O grupo “Túnel do Tempo – Laranjeiras do Sul” foi o criado em maio de 2013 e possui atualmente 3.400 membros. Por sua vez, a página “Laranjeiras do Sul: memórias e histórias” foi criada em dezembro de 2015 e hoje possui 5.500 seguidores. Embora o tema seja o mesmo, a existência de página e grupo se justifica pelo fato de possuírem ferramentas diferentes como, por exemplo, a organização das imagens em álbuns (página) e a criação de enquetes e interação mais dinâmica entre os membros (grupo). As imagens, no início postadas apenas pela administradora, passaram a ser enviadas pelos membros que, valendo-se de recursos tecnológicos (smartphones e celulares com câmeras digitais e scanners portáteis) socializam seus arquivos pessoais e familiares sem o risco de perderem parte de seus acervos. Atualmente, o acervo da página ultrapassa 1.500 imagens organizadas em álbuns temáticos para facilitar pesquisas. Escolas rurais, escolas urbanas, professores, obras e administrações públicas, paisagens urbanas e rurais, desfiles cívicos e festivos, esportes, festas e eventos são temas de alguns álbuns. O reencontro de amigos de infância e/ou familiares, as narrativas feitas no grupo e o despertar de memórias afetivas coletivas suscitadas, principalmente, por fotografias de escolas e professores mensura a importância da socialização de acervos e aponta para as mídias sociais como ferramentas úteis na busca por fontes de pesquisas em historiografia da educação.

 

Biografia do Autor

Lucimara Lemiechek, Universidade Federal da Fronteira Sul
Graduação em Pedagogia pela Unicentro e Mestrado em Educação pela Unioeste campus Francisco Beltrão. Servidora da Universidade Federal da Fronteira Sul - campus Laranjeiras do Sul.
Publicado
02-09-2019
Seção
Campus Laranjeiras do Sul - Projetos de Pesquisa