TRATAMENTO DE SEMENTES DE CENOURA COM BIOESTIMULANTE- EFEITOS NA GERMINAÇÃO EM ESTRESSE TÉRMICO

Resumo

A germinação é influenciada por fatores internos e externos, como viabilidade da semente, disponibilidade de água e temperatura. A temperatura tem efeito sobre a germinação total e velocidade de germinação, atuando sobre as reações enzimáticas/bioquímicas e na absorção de água. A germinação ocorre dentro de certos limites de temperatura, para a cenoura (Daucus carota), a faixa que favorece uma germinação rápida e uniforme é de 20 a 30ºC. A alga vermelha (Solieria filiformis) é utilizada na agricultura como bioestimulante promotor de crescimento vegetal. Extratos de algas possuem ação antioxidante, diversos hormônios vegetais e macro e micronutrientes necessários para o desenvolvimento da planta e para reduzir os efeitos negativos dos estresses abióticos. Este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do tratamento de sementes de cenoura com bioestimulante de alga vermelha na germinação e crescimento de plântulas sobre estresse térmico. A pesquisa foi realizada no laboratório de sementes da Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó. Foram utilizadas sementes de cenoura da cultivar Nantes. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 4, com cinco repetições. Os tratamentos consistiram em duas temperaturas de germinação: 20ºC (ideal) e 30ºC (estresse térmico), e quatro doses de bioestimulante: 0; 0,5; 1 e 2 mL.L^-1 de bioestimulante. O experimento foi realizado em câmaras de germinação. As variáveis respostas foram as seguintes: porcentagem de germinação aos sete e 14 dias após a semeadura (DAS), índice de velocidade de germinação e comprimento de raízes e de parte aérea de plântulas. Os resultados obtidos durante o experimento foram submetidos à análise de variância, teste de Tukey para comparação de médias do fator qualitativo (temperatura) e análise de regressão para o fator quantitativo (doses). Observou-se diferenças em relação as temperaturas utilizadas, com efeitos prejudiciais na porcentagem de germinação aos sete DAS, no comprimento de raízes e de parte aérea de plântulas, na temperatura de 30ºC confirmando a hipótese de estresse térmico. Em relação as doses de bioestimulantes, apenas na variável comprimento de parte aérea de plântulas houve efeito; na temperatura de 30ºC, houve aumento linear do comprimento de parte aérea de plântulas em função das doses de bioestimulante, contudo, na temperatura ideal, nenhuma dose utilizada possibilitou incremento na variável. Por tanto, verificou-se que ocorre estresse térmico na germinação de sementes de cenoura submetidas à temperatura de 30°C durante todo período de germinação, e isso afeta também o crescimento das plântulas. O bioestimulante utilizado foi eficiente na redução do efeito de estresse térmico apenas para a variável comprimento de parte aérea de plântulas, não tendo efetividade nas demais características avaliadas. São necessários mais estudos, com outros intervalos de doses, para verificar a eficácia do bioestimulante de algas para redução de estresse térmico na germinação de sementes de cenoura.