PODER

ANÁLISE FÍLMICA COM BASE NO FILME O DIABO VESTE PRADA

  • Deborah Golçalves de Souza Pinto Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Emerson Makoski Universidade Federal da Fronteira Sul
  • Tatiane da Silva Tavares Maia Universidade Federal da Fronteira Sul

Resumo

O poder sempre esteve presente na vida do ser humano, e nas diversas esferas de organização social, política e econômica. Por este motivo, torna-se importante compreender o que é poder e como ele se manifesta nessas relações, essencialmente dentro das empresas. O objetivo da pesquisa aqui relatada é analisar como as relações de poder, no ambiente de trabalho, impactam no comportamento e na vida dos colaboradores. Assim, por meio do método de análise fílmica, realizou-se o estudo da obra O Diabo Veste Prada, a fim de compreender e discutir, segundo as cenas do filme, como o poder se manifesta entre os indivíduos no ambiente de trabalho. Como base teórica para análise do filme foi utilizada a teoria do poder visando aprimorar a discussão. Os resultados evidenciaram que o poder é coercitivo, manifesta-se essencialmente nas relações sociais entre indivíduos, sendo uma relação em que se medem forças, uma guerra de forças, onde existirá um vencedor e um perdedor, dentro das organizações essa disputa é constante, manifestada com ações de poder explícitas ou sutis entre superior e subordinado. Na relação central entre as protagonistas do filme, o poder do chefe ultrapassa as fronteiras corporativas e se alastra para a vida pessoal da subalterna, na medida em que ela precisa estar disponível em tempo integral para atender às demandas da superiora. Ao relacionar a obra com atual sistema de organização das empresas, é perceptível que os conceitos da Administração clássica, onde o chefe manda e o funcionário obedece sem questionar, ainda é presente, esse sistema favorece ao chefe exercer condutas de poder sobre os demais livremente, no entanto, tal modelo está se tornando antiquado para empresas modernas, onde colaboradores necessitam de maior liberdade e autonomia para exposição de ideias e questionamentos, visando criar um ambiente favorável para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de novos produtos e processos. Se o indivíduo está sujeito ao poder de outros indivíduos, de regras, de crenças e julgamentos, é essencial entender como ele impacta e é impactado por essas influências. Aqui se chega à seguinte questão: aceitar ou não o poder? O indivíduo é livre para decidir, e consciente das consequências de suas escolhas. O fato de receber uma ordem não o obriga necessariamente a cumpri-la, essa noção de escolha é fundamental para que uma sociedade tenha o mínimo de liberdade, visto que essas liberdades individuais de análise crítica propiciam que decisões incorretas no âmbito social sejam fragilizadas e consequentemente revistas pelo autor. A desobediência deve ser exercida sempre que um ato afronta os valores fundamentais da pessoa. A obediência cega, sem senso crítico remete à servidão e nas relações de trabalho contemporâneas isso não pode ser estimulado e muito menos tolerado.

Biografia do Autor

Deborah Golçalves de Souza Pinto, Universidade Federal da Fronteira Sul

Acadêmica do curso de Administração, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó

Emerson Makoski, Universidade Federal da Fronteira Sul

Acadêmico do curso de Administração, Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó

Tatiane da Silva Tavares Maia, Universidade Federal da Fronteira Sul

Doutora em Administração e Docente do curso de Administração da UFFS

Publicado
18-09-2019
Seção
Campus Chapecó - Projetos de Pesquisa