PODER
ANÁLISE FÍLMICA COM BASE NO FILME O DIABO VESTE PRADA
Resumo
O poder sempre esteve presente na vida do ser humano, e nas diversas esferas de organização social, política e econômica. Por este motivo, torna-se importante compreender o que é poder e como ele se manifesta nessas relações, essencialmente dentro das empresas. O objetivo da pesquisa aqui relatada é analisar como as relações de poder, no ambiente de trabalho, impactam no comportamento e na vida dos colaboradores. Assim, por meio do método de análise fílmica, realizou-se o estudo da obra O Diabo Veste Prada, a fim de compreender e discutir, segundo as cenas do filme, como o poder se manifesta entre os indivíduos no ambiente de trabalho. Como base teórica para análise do filme foi utilizada a teoria do poder visando aprimorar a discussão. Os resultados evidenciaram que o poder é coercitivo, manifesta-se essencialmente nas relações sociais entre indivíduos, sendo uma relação em que se medem forças, uma guerra de forças, onde existirá um vencedor e um perdedor, dentro das organizações essa disputa é constante, manifestada com ações de poder explícitas ou sutis entre superior e subordinado. Na relação central entre as protagonistas do filme, o poder do chefe ultrapassa as fronteiras corporativas e se alastra para a vida pessoal da subalterna, na medida em que ela precisa estar disponível em tempo integral para atender às demandas da superiora. Ao relacionar a obra com atual sistema de organização das empresas, é perceptível que os conceitos da Administração clássica, onde o chefe manda e o funcionário obedece sem questionar, ainda é presente, esse sistema favorece ao chefe exercer condutas de poder sobre os demais livremente, no entanto, tal modelo está se tornando antiquado para empresas modernas, onde colaboradores necessitam de maior liberdade e autonomia para exposição de ideias e questionamentos, visando criar um ambiente favorável para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de novos produtos e processos. Se o indivíduo está sujeito ao poder de outros indivíduos, de regras, de crenças e julgamentos, é essencial entender como ele impacta e é impactado por essas influências. Aqui se chega à seguinte questão: aceitar ou não o poder? O indivíduo é livre para decidir, e consciente das consequências de suas escolhas. O fato de receber uma ordem não o obriga necessariamente a cumpri-la, essa noção de escolha é fundamental para que uma sociedade tenha o mínimo de liberdade, visto que essas liberdades individuais de análise crítica propiciam que decisões incorretas no âmbito social sejam fragilizadas e consequentemente revistas pelo autor. A desobediência deve ser exercida sempre que um ato afronta os valores fundamentais da pessoa. A obediência cega, sem senso crítico remete à servidão e nas relações de trabalho contemporâneas isso não pode ser estimulado e muito menos tolerado.
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