AS TEIAS E O LIXO:

ALTERNATIVAS PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL EM ERECHIM - RS

Resumo

Este artigo procura entender o espaço das cooperativas no século XXI, indagando se há alguma relevância social, os impactos na coletividade envolvida, bem como, qual o papel da cooperação na vida social. Por muito tempo se pensou nas Ciências Humanas (especialmente as Sociais) que uma vida associativa correspondia a organizações sociais pouco complexas, somente sendo possível quando restrita a um pequeno número de pessoas. Esse pensamento eminentemente europeu nasce com a filosofia política liberal inglesa, e, em certa medida, posteriormente alcança outras dimensões do pensamento, até estar cristalizado, ainda hoje, no senso médio de muitas pessoas. Para compreender o campo da cooperação na época moderna diante dos resíduos pós-consumo, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e observações participantes na Associação de Recicladores Cidadãos Amigos da Natureza (ARCAN), localizada na cidade de Erechim - Rio Grande do Sul (RS). Nela se investigou os fundamentos de uma associação, qual a influência nas condições de vida dos associados, a importância da reciclagem para o desenvolvimento e como o associado está na sociedade. Nesse lugar, o termo “desenvolvimento sustentável” está ligado tanto a dimensão ecológica quanto sob aspecto econômico. Além disso, concebemos que desenvolvimento sustentável-ecológico é aquele que se preocupa com o descarte e reutilização consciente dos materiais gerados na natureza. E desenvolvimento sustentável-econômico consideramos que é assegurar às pessoas a mínima condição de existência, isto é, o atendimento de suas necessidades e desejos. Tendo em vista essas considerações, alguns apontamentos foram possíveis de ser realizados, os catadores são ainda aqueles “invisíveis”- necessários que a sociedade precisa, trabalhadores informais que são “esquecidos”, “não percebidos”, “criticados” pelo restante da comunidade. Como também, percebe-se que a ARCAN é mais do que uma associação, é uma das possíveis alternativas futuras para um desenvolvimento econômico sustentável. Sendo assim, a efetividade de um desenvolvimento que seja sustentável em todos os aspectos da vida social (econômica, ambiental e social) perpassa pelo estabelecimento de relações que reconheçam a cooperação intrínseca.