O RACISMO NOSSO DE CADA DIA
UMA HERANÇA COLONIAL ESCRAVOCRATA
Resumo
Historicamente, é nítido a diferença entre as ideologias escravagistas no Brasil e no Sul dos Estados Unidos do século XIX. Com isso em vista, o presente trabalho tem como objetivo propor uma reflexão e discussão, que problematize as distinções nos discursos referentes a escravidão dos dois países, que tencionava a construção da identidade nacional do Brasil e do Sul dos Estados Unidos. Através da abordagem de Barbara Weinstein (2008) sobre tal tema, pretendemos problematizar, que as diferentes formas dos discursos ideológicos escravagista, gerou maneiras opostas de manifestação do preconceito racial ao longo da história dos países em questão. No Brasil do século XIX o discurso escravagista colocava a escravidão como “mal necessário”, que mesmo fadada ao fracasso e com suas irregularidades era melhor mantê-la, pois os parlamentares e senhores de escravos e escravas diziam que sem a escravidão o Brasil seria destruído economicamente, e eles (parlamentares e senhores), morreriam de fome. No Sul dos Estados Unidos, a ideia era defender a escravidão como “bem explícito” fundamental para construir uma identidade nacional, o trabalho escravo era visto como essencial para uma trajetória promissora do país, como benevolência e benção para ambos os lados. Considerando tais fatos, buscamos refletir que no discurso escravagista dos Estados Unidos, o racismo foi escancarado e gerou uma estrutura social racista assumida, que inclusive legislou a segregação racial com as leis de Jim Crow vigoradas entre os séculos XIX e XX. E no Brasil, a ideia de “mal necessário”, que assumia a escravidão como algo ruim, mas necessária para sobrevivência de uns poucos (brancos), tal discurso gerou uma estrutura social que mantém um racismo velado, encoberto que nega a existência cotidiana da discriminação racial. Obviamente nenhuma das duas formas de racismo são menos perversas, e não pretendemos julgar qual teve melhor ou pior resultado. Pelo contrário, buscamos refletir que as formas de manifestações do preconceito racial que se apresentam nos dias atuais tanto no Brasil, quanto nos Estados Unidos, é herança da sociedade colonial escravocrata do século XIX, ou seja, das ideologias em defesa da escravidão.
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