REFLETINDO SOBRE IDENTIDADE DE GÊNERO E ORIENTAÇÃO SEXUAL A PARTIR DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE INTEGRAL DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS: CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS DIALÓGICOS À LUZ DE PAULO FREIRE
Resumo
Resumo:A violência contra a comunidade LGBTQ+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queer, e diversas outras formas de gênero fluido) é uma questão histórica, e arraigada sócio-culturalmente, fazendo com que o Brasil se destaque internacionalmente entre os países que mais mata e acomete essa população. Por toda discriminação e preconceito, é fundamental fomentar debates em espaços coletivos e formadores de opinião, como as instituições de ensino superior, e com isso, oportunizar um processo de tomada de consciência no qual se instigue reflexões sobre esse tema, visto que ele é ainda pouco discutido em salas de aula, e no contexto de graduação. Os(as) profissionais de saúde são figuras-chave para aproximação e militância com/por esta população, garantindo seus Direitos Humanos, inclusive uma saúde integral e humanizada. O objetivo desse projeto de cultura foi promover espaços dialógicos, na perspectiva de Paulo Freire, para instigar reflexões relacionadas à identidade de gênero e orientação sexual, baseado na Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Trata-se de um relato de experiência do projeto de cultura intitulado “Refletindo sobre identidade de gênero e orientação sexual a partir da Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais: construção de espaços dialógicos à luz de Paulo Freire” aprovado com Bolsa Cultura pelo edital Nº 551/GR/UFFS/2017. Foram realizados 5 (cinco) encontros em forma de rodas de conversa, abertos ao público em geral dentro e fora da UFFS, nas quais eram propostos materiais audiovisuais e convidados para expor suas ideias e mediar o debate, valorizando diferentes visões sobre o assunto. Para alguns encontros, o embasamento era complementado por leituras indicados pelos(as) convidados(as). Mesmo o foco sendo na área de saúde, participaram acadêmicos não só de medicina e enfermagem, como também de pedagogia, ciência da computação, medicina, história, geografia, ciências sociais, filosofia, administração, letras e agronomia, além de docentes dos cursos de enfermagem, pedagogia e medicina.As discussões demonstraram que precisamos avançar substancialmente nos debates sobre gênero e pluralidades, pois apesar das temáticas serem inseridas de forma pulverizada, fragmentada e disciplinar nos itinerários formativos para além da área de saúde, ainda não é suficiente para despertar respeito às diferenças nos(as) futuros(as) profissionais de saúde (e de todas as outras áreas que participaram dos debates). Nota-se que experiências como essa não podem ficar restritas à existência de fomentos e bolsas eventuais, mas devem ser incorporados nas matrizes curriculares de todos os cursos, de modo transversal e dialógico, como os encontros exemplificaram que é factível. Sublinha-se também a necessidade de se pensar em outras estratégias didático-pedagógicas ancoradas em linguagens culturais, além dos vídeos e fotografias (utilizadas pela equipe de cultura deste projeto), para semear discussões de temas que ainda enfrentam resistência conservadora e necessitam, de modo contínuo, ser prioridade na pauta da formação profissional e cidadã transdisciplinar.
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.