LEVANTAMENTO DE DOENÇAS EM CEREAIS DE INVERNO NA ÁREA EXPERIMENTAL DA UFFS CAMPUS CERRO LARGO

Autores

  • Mateus Schneider Bruinsma Universidade Federal da Fronteira Sul Campus Cerro Largo
  • Leonardo Maciel Obregão
  • Victor Silva

Resumo

A diversificação da produção de cereais de inverno vem sendo tratada como uma alternativa de rotação de culturas, com intuito de melhorar as condições do solo e também quebrar o ciclo de patógeno que frequentemente afetam culturas de verão. A produção de cereais teve grande incremento até safras anteriores, sendo utilizada na semeadura de cereais de inverno da safra de 2017 cerca de 60357,1 toneladas de sementes. Porém, para o bom desenvolvimento destas culturas,  a identificação e o manejo de doenças é imprescindível. Aspetos relacionados ao ataque de patógenos são de grande importância, causando, em sua grande parte, redução da área foliar, podendo afetar órgãos como raiz, haste e as espigas, além de diminuir a produtividade das culturas, podendo afetar a qualidade dos grãos produzidos. Parte destes patógenos sobrevivem apenas em hospedeiros vivos e podem ser disseminados a longas distâncias pelo vento, porém, alguns possuem a capacidade sobreviver no solo por longos períodos voltando a afetar cultivos posteriores em uma mesma área, ou causando danos mais intensos com o passar dos anos. Diante disso, o presente trabalho visou realizar um levantamento e a identificação das doenças presentes em sete diferentes cereais de inverno cultivados na área experimental da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Cerro Largo. Para a realização deste trabalho, alunos do componente curricular de Culturas de Inverno conduziram canteiros com diferentes cereais sendo: aveia, aveia preta, azevém, centeio, cevada, trigo e triticale. Quando as culturas atingiram o estágio reprodutivo, se iniciou o acompanhamento e identificação de doenças presentes em cada uma das culturas no decorrer deste período. Para identificação dos patógenos a campo utilizou-se informações da literatura atual, buscando encontrar características similares entre as descrições e os sintomas e/ou sinais observados na área, porém quando havia dúvida  eram realizadas coletas de material para posterior análise em laboratório após serem mantidos em “câmara úmida”, sendo possível, com a utilização desta prática, uma maior conservação do material vegetal além de estimular a esporulação de patógenos. Com a realização deste levantamento, foram identificadas as seguintes doenças na cultura do Trigo: Mancha Amarela (Drechslera tritici-repentis), Oídio (Blumeria graminis), Ferrugem (Puccinia recondita f.sp. tritici), Brusone (Pyricularia grisea), Giberela (Fusarium graminearum) e Helmintosporiose (Drechslera avenae); na Aveia Preta: Giberela (Fusarium graminearum), Carvão (Ustilago avenae) e Halo bacteriano (Pseudomonas syringae pv. coronafasciens); na Aveia Branca: Halo Bacteriano (Pseudomonas syringae pv. coronafasciens), Oídio (Blumeria graminis f.sp. tritici), Ferrugem (Puccinia coronata var. avenae) e Helmintosporiose (Drechslera avenae); no Azévem: Ferrugem (Puccinia coronata), Esporão (Claviseceps purpuria), Brusone (Pyricularia grisea) e Giberela (Fusarium graminearum); no Centeio: Ferrugem (Puccinia triticina) e Brusone (Pyricularia oryzae); na Cevada: Mancha em Rede (Drechslera teres), Mancha Estriada (Pyrenophora graminea), Oídio (Erysiphe graminis), Helmintosporiose (Bipolaris sorokiniana), Ferrugem (Puccinia hordei), Brusone (Pyricularia grisea), Giberela (Fusarium graminearum) e Escaldadura da Cevada (Rhynchosporium secalis); e na Triticale: Giberela (Fusarium graminearum) e Brusone (Pyricularia grisea). A identificação dessas doenças nas culturas indica a presença de fonte de inóculo significativa na área experimental da UFFS campus de Cerro Largo.

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Publicado

19-11-2018

Edição

Seção

Campus Cerro Largo - Projetos de Pesquisa