DESVELANDO VIOLÊNCIAS NO AMBIENTE UNIVERSITÁRIO POR MEIO DE AÇÕES CULTURAIS: CONTRIBUIÇÕES DO MÉTODO DO TEATRO DO OPRIMIDO
Resumo
Este trabalho tem o objetivo de fomentar a discussão e reflexão acerca da técnica do Teatro do Oprimido enquanto instrumento para a prevenção de violências nos ambientes universitários, bem como o desenvolvimento de ações culturais e extensionistas na Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) campus Chapecó/SC. Trata-se de uma reflexão acerca do uso do instrumento supracitado, que se deu a partir da organização do projeto de cultura intitulado “As relações universitárias como (re)produtoras de violência(s): descortinando silêncios pelo Teatro do Oprimido e Photovoice”, institucionalizado na UFFS pelo edital nº 611/GR/UFFS/2018. O Teatro do Oprimido (TO) é uma estratégia pensada pelo cineasta Augusto Boal sob o intuito de desenvolver um teatro de cunho político, libertário e transformador, que lute contra as formas de opressão e violências. Uma das preocupações do criador era inserir a população na criação teatral, provocando uma revolução ao colocar os meios de produção da arte nas mãos dos proletários, de modo a, subverter o ritual convencional do teatro ao levar a plateia para o palco. Trata-se de um método teatral onde a construção do drama é real e estético, teatral e cotidiano, desenvolvido por pessoas que já sofreram e ainda sofrem algum tipo de violência. Alguns estudos consideram que o debate realizado por meio de encenações, falas e emoções diminui a possibilidade de opressão pela forma hegemônica da racionalidade comunicativa. Ainda, pesquisas apontam para a aproximação das concepções do teatro do oprimido às técnicas de psicoterapia, visto que as diretrizes pensadas por Boal passaram a se orientar muito mais para o processo dialógico do que para o produto teatral final, de tal modo que o próprio Boal, chegou a admitir que seu método poderia ser considerado um psicoteatro de terapia da sociedade. Assim, a metodologia proposta apresenta a capacidade de descortinar silêncios e construir o empoderamento para libertação de todas as vozes implicadas na formação acadêmica. Conclui-se que o teatro do oprimido apresenta o potencial de visibilizar as situações de sofrimentos e violências dentro dos espaços formativos, podendo contribuir para a construção de estratégias de enfrentamento, que insiram o oprimido como protagonista e porta-voz da mudança.
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.