PRÁTICAS CULTURAIS JUVENIS: SOM E MÚSICA NO ROLÊ FUNK (FUNKPANCADÃO/ELETROFUNK) EM CHAPECÓ

Resumo

Este trabalho está vinculado ao Trabalho de Conclusão de Curso intitulado “Performatividades de gênero entre jovens em rolês: uma abordagem etnográfica de festas funk em Chapecó – SC”, que está em andamento, e ao projeto de pesquisa “Modos autônomos de identificação juvenil no oeste catarinense: uma abordagem antropológica e etnográfica”, já finalizado. Nesta análise são abordos sentidos e significados de rolês funk (eletrofunk/funk pancadão) praticados por jovens da periferia em Chapecó. Rolê é uma categoria nativa que se refere a sociabilidade em espaços públicos e/ou privados, que compreende transitar de carro pela cidade durante à noite e, por vezes, durante o dia, e encontrar pessoas amigas/os e/ou fazer novas amizades, com trocas de informações, trocas de objetos, uso de substâncias licitas e/ou ilícitas. A escolha da temática ocorreu pela necessidade de discutir a baixa existência, ou da inexistência, de espaços disponibilizados para realização de rolês eletrofunk/funk pancadão na cidade de Chapecó. As informações contidas neste trabalho foram construídas por meio do método etnográfico, com observações, principalmente, em rolês eletrofunk/funk pancadão, com a escrita de diário de campo, entrevistas semiestruturadas e fotografias. O trabalho de campo foi iniciado no primeiro semestre de 2017 e foi concluído nos primeiro meses de 2018. Foram observadas cinco festas, com um contingente de 50 pessoas em média. Ocorreram quatro entrevistas, uma com um grupo de sete pessoas e as outras três com uma pessoa em cada entrevista. A fundamentação teórica é baseada no conceito de jovem de Magulis e Urresti, em que ser jovem compreende diferentes significados e experiências em diferentes contextos sociais, por isso, para pensar a categoria jovem na sociedade contemporânea, é crucial partir de uma percepção plural de juventude(s); e é alicerçada no conceito de música de John Blacking, em que a música é parte da criação da estrutura social, não sendo apenas reflexo, mas sendo, também, geradora e gerada de sentidos e significados. Conclui-se, por hora, que os rolês, de quem faz os rolês eletrofunk/funk pancadão, são práticas culturais realizadas por jovens que fazem espaços, tempos, histórias, economias e políticas. Portanto, essa pesquisa é de importância e impacto para pensar visões de mundo e audições de mundo de pessoas em Chapecó e para propiciar reflexões críticas à cerda do fato de não haverem, ou haverem poucos, espaços disponibilizados para realização dos rolês eletrofunk/funk pancadão.