Uma Visão sobre a Saúde da População Negra: uma revisão de literatura
Resumo
No que tange a população quilombola, o conceito de saúde está associado a conquista de direito, desde o período escravocrata, em que esses indivíduos eram vistos como objetos, sem aparo legal, até a conquista de direitos através da Constituição de 1988 e da Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (2007) – que busca corrigir as iniquidades da atenção à saúde dessa População. Este trabalho objetiva a revisão da literatura acerca das condições de saúde dessa população. Dessa forma, buscou-se pelos termos “saúde do quilombola, “atenção à saúde do quilombola”, “determinantes sociais de saúde dos negros” e “determinantes sociais de saúde dos quilombolas” nas bases de dados online/portais de pesquisa Pubmed, Medline e Scielo, sendo incluídos seis artigos de 2007 a 2017 em língua portuguesa. De acordo com a literatura, 45% dos brasileiros definem-se como negros, sendo que 18,2% desta população é analfabeta (proporção duas vezes maior em comparação com indivíduos de etnia branca). Além disso, estatisticamente, 80% dos negros brasileiros utilizam o Sistema Único de Saúde (80%), sendo os cuidados em saúde mais comuns o diabetes mellitus tipo 2 (DM2), a hipertensão (HAS) e as doenças falciformes. Apesar de manterem as práticas alternativas e o uso de ervas medicinais, o investimento voltado as especificidades dessa população - recursos em saneamento básico e os cuidados em saúde - levaram a redução das doenças infectocontagiosas. Além disso, a melhora da renda e o contato com o meio urbano permitiu a modificação do modo de alimentação, de lazer e da expectativa de vida, o que propiciou a elevação da prevalência de doenças crônico-degenerativas nesta população. Apesar de ser um assunto de extrema importância, poucos são os artigos científicos que fazem referência as características de saúde da população quilombola atualmente e como eles produziam saúde no passado. A abordagem de uma revisão sobre esta temática faz-se necessária, a fim de destacar a escassez de dados sobre o tema da saúde da população quilombola e para que, a luz do conhecimento, ações de promoção e prevenção em saúde sejam instauradas para melhorar a qualidade de vida desses, bem como reduzir as complicações secundárias as principais doenças que os afetam (DM2 e HAS).
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