Expressões Identitárias no Rap Nordestino
Resumo
Nesta pesquisa, fruto do meu Trabalho de Conclusão de Curso, busco analisar as expressões de identidade dentro do Rap produzido no Nordeste do Brasil, especificamente a partir da análise de três grupos de Rap distintos do nordeste brasileiro. Temos como expressão de identidade as manifestações discursivas (música, entrevistas, letras) e interações que os indivíduos têm com o movimento hip-hop, e particularmente com Rap e as tradições populares do Nordeste. Tal interação reflete múltiplos significados que fundamentam a luta pelo reconhecimento de suas produções musicais e artísticas na cena do Rap nacional. Sendo assim, o interesse desta pesquisa é tentar entender os conflitos que rodeiam os sujeitos que produzem um tipo de Rap que foge aos padrões das produções no país, assim como a formação de identidades específicas e múltiplas dentro do Rap. As fontes para essa pesquisa foram extraídas principalmente da internet. O recorte temporal se dá pelo ano de lançamento dos álbuns produzidos pelos artistas, que vai de 2003 a 2010. Nesse sentido, busco nesta comunicação apresentar o primeiro e o segundo capítulo do meu TCC, discutindo a partir das noções de legitimação, estigma e representação questões relacionadas ao grupo Faces do Subúrbio, natural de Recife – PE. No primeiro capítulo, foi feita uma revisão bibliográfica de autores que estudam o movimento hip-hop, analisando suas perspectivas e olhares acerca do movimento, em que discutimos a noção de origem do hip-hop e suas problemáticas. O segundo capítulo foi desenvolvido a partir da análise de letras e entrevistas do grupo Faces do Subúrbio e os conflitos por legitimação de suas produções, uma vez que o Rap que produziram, no início de sua carreira, não foi aceito e tratado com preconceito por outros grupos de Rap e do movimento hip-hop. Nesse sentido, o Faces do Subúrbio constrói uma identidade arraigada na disputa por reconhecimento, na luta contra os estigmas que os cercaram, e nas representações das tradições nordestinas e dos ritmos musicais do nordeste. Para tal discussão nos fundamentamos principalmente em Norbert Elias, que nos auxiliou a pensar acerca das estruturas sociais que influenciam os artistas; em Erving Goffman, com as noções de estigma e sua influência na formação identitária dos sujeitos; e por último em Roger Chartier, a partir do pensamento de representação coletiva proposto pelo autor. A metodologia desta pesquisa caminha entre a História e a Antropologia, em que os conceitos de identidade, tradição e cultura dialogam com proximidade nas análises do objeto. Sendo assim buscarei apresentar o desenvolvimento feito até agora sobre as expressões identitárias no Rap nordestino, e os resultados até momento obtidos na pesquisa.
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