CARACTERIZAÇÃO DOS CASOS DE SEPSE NO HOSPITAL REGIONAL DO OESTE EM CHAPECÓ (SC) A PARTIR DE NOTIFICAÇÃO PRECONIZADA PELO ILAS E ANÁLISE ESPECIAL DO SETOR DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA
Resumo
Introdução: A sepse é uma das principais complicações de infecções, sobretudo em pacientes hospitalares e com outras comorbidades, gerando ônus ao paciente e ao sistema de saúde. Nesse sentido, as novas diretrizes da campanha Surviving Sepsis recomendam um protocolo de atendimento com o objetivo de oferecer uma assistência à saúde mais qualificada. Desta forma, a Associação Hospitalar Lenoir Vargas Ferreira do Hospital Regional do Oeste (HRO) adotou um protocolo próprio de sepse e choque séptico, o qual está em implantação e conta com a revisão constante das comissões de segurança do paciente e do SCIRAS. Objetivo:Realizar o levantamento de dados notificados como casos suspeitos de sepse e choque séptico conforme os critérios do Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), durante os meses iniciais de implantação (março de 2017 a fevereiro de 2018), e identificar os principais agentes microbiológicos e focos do setor de emergência no Hospital Regional do Oeste (HRO). Metodologia: Trata-se de uma pesquisa clínica-adulta cujo estudo empregado é do tipo ecológico, temporal, retrospectivo e quantitativo, por meio da análise de fichas manuais de notificação e prontuários de casos de sepse e choque séptico. Os resultados microbiológicos foram retirados da plataforma LabBrasil. Resultados: No setor de Emergência dos 53 prontuários 49%(n=26) dos casos tiveram como foco principal a pneumonia/empiema, seguido de infecção urinária com 17% (n=9), sendo os outros 23% correspondentes a pele, sangue ou sem foco definido. Já entre os principais micro-organismo isolados estão Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Staphylococcus sp., cada um, individualmente, responsável por 11% dos casos, juntos representando 33% dos casos. Na avaliação geral do Hospital, das 124 fichas de ocorrência, 7% dos casos foram confirmados como foco urinário, 22% pulmonar e 15% outros focos. Casos não confirmados corresponderam a 3%, 27% e 26% respectivamente destes sítios, sem diferença estatística. Em relação à concordância entre ao preenchimento das fichas e ao que foi observado no prontuário, 78% das fichas não foram preenchidas de forma adequada (n=97), não sendo possível nenhuma classificação; e destas, 28% dos casos foram confirmados como sepse posteriormente pela análise do prontuário. Dos casos registrados como sepse (n = 17) e choque séptico (n = 7) pelas fichas se observou uma concordância de 70% e 86% respectivamente. De maneira global, se observou correlação negativa de 0,61 (Pearson), significativa (p<0,001). Conclusão: O setor de Emergência é um dos setores com mais relatos de caso de sepse, conhecer os patógenos e os principais focos auxiliam no manejo dos pacientes. Em relação a avaliação geral, a comparação entre o preenchimento das fichas segundo os critérios do ILAS com os prontuários médicos demonstrou haver pouca concordância no que se refere à correta classificação dos pacientes com sepse. É necessária melhoria do processo de implantação por meio de informatização e treinamento de pessoal, o que pode impactar na melhoria do atendimento do paciente e obtenção de dados epidemiológicos mais fidedignos pelo hospital.
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