FATORES RELACIONADOS À SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL
Resumo
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) de natureza sistêmica, curável e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. É transmitida por via sexual predominantemente, bem como diante de estantes não tratadas ou tratadas inadequadamente por via transplacentária. A sífilis congênita é uma doença que pode ser prevenida, por meio do diagnóstico precoce e o tratamento oportuno das gestantes e dos seus parceiros. Torna-se, portanto, uma afecção que tem seus impactos de morbimortalidade reduzidos a partir de uma assistência adequada e efetiva durante o pré-natal. Nesse contexto, esse trabalho visa descrever alguns fatores que influenciam a ocorrência da Sífilis Congênita no Brasil. Trata-se de um estudo de caráter quantitativo descritivo realizado por meio da busca dos dados eletrônicos do sistema de saúde do país, operacionalizado por meio do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde no ano de 2016. Entre os principais resultados identificados destaca-se a relação da idade gestacional com a época do diagnóstico, bem como o tratamento da sífilis durante a gestação e a escolaridade da mãe. Ao que compreende a idade gestacional no momento de diagnóstico da sífilis, observou-se que para o período estudado, a maioria das mulheres foram diagnosticadas no 1º trimestre de gestação (37,0%), com destaque para as regiões Sul e Sudeste, 44,9% e 42,3% respectivamente. As regiões Norte (22,9%) e Nordeste (25%) apresentaram o menor percentual. Ainda para esse ano, foi possível também analisar o percentual de mulheres que não realizaram o tratamento adequado para a doença. Os estados brasileiros que tiveram a maior percentagem de gestantes não tratadas, caracterizando os piores números, foram Rondônia (95%), Minas Gerais (86%), Espírito Santo (83%) e Paraná (82%). Um outro fator que merece destaque se refere a escolaridade da mulher. Entre as gestantes brasileiras, 53,6% não tinham ensino médio completo. A partir desses resultados foi possível traçar as características epidemiológicas entre as regiões e os estados no país em relação à ocorrência da sífilis congênita. Ainda são números aquém dos propostos pelas diretrizes nacionais no combate e prevenção dessa doença. Faz-se necessário a valorização da assistência pré-natal, bem como o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno dessas mulheres. Acrescenta-se ser importante a realização de atividades de educação em saúde, grupos de gestantes, busca ativa das faltosas, visitas domiciliares e outras estratégias a fim de garantir o conhecimento sobre as IST’s, tal qual a sífilis, no que se refere à sua maneira de contato, prevenção, tratamento e incentivo ao autocuidado.
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Submeto o trabalho apresentado como texto original à Comissão Editorial do XIII SEPE e concordo que os direitos autorais, a ele referente, se torne propriedade do Anais do XIII SEPE da UFFS.