A A atenção primária e o paciente oncológico

Resumo

O câncer é uma das principais causas de morte e tanto em países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. O médico da atenção primária é muitas vezes responsável pelo diagnóstico, pelo encaminhamento para o oncologista assim como pelo manejo de sintomas gerais (dor, náuseas, vômitos e etc) e sintomas psicossociais.  Paciente N.M.B.L, 58 anos, foi diagnosticada na atenção primária, com adenocarcinoma de cardia, moderadamente diferenciado devido a anemia e queixa de epigastralgia de início recente. Foi então encaminhada para a oncologia submetendo-se a tratamento quimioterápico. Devido a inapetência, astenia, tonturas inespecíficas, xerostomia principalmente após as sessões de quimioterapia e também desânimo e choro frequente consultou na unidade de estratégia de saúde da família. Em uso de pantoprazol 40mg e escitalopram 10mg prescritos respectivamente por oncologista e médica de atenção primária recebeu orientação para aumentar o número de refeições, ingerir alimentos com calóricos e de valor nutricional e para usar o suplemento alimentar.  Câncer de estômago está entre os mais frequentes em nosso país, assim como as neoplasias malignas da pele, do pulmão e da mama. O adenocarcinoma proximal costuma envolver a região da cárdia do estomago, podendo também afetar o esôfago distal, corpo e fundo gástrico e sua incidência têm crescido nos países ocidentais. Este caso demonstra a necessidade da atuação da equipe de saúde e o cuidado compartilhado no tratamento das doenças neoplásicas. A inversão da pirâmide etária e o aumento do número de idosos aumentou muito a demanda para cuidados de pacientes com doenças neoplásicas em tratamento e cuidados paliativos para doenças em fase avançada e sem perspectiva de sobrevida a longo prazo.  Existe então, uma necessidade de reorganização dos serviços de atenção primária para que os cuidados possam ser ofertados e mantidos de forma adequada e continuada.