AVALIAÇÃO COMPORTAMENTAL DE GATO DOMÉSTICO (FELIS CATUS) MANTIDO PRESO POR COLEIRA NA CIDADE DE REALEZA – PARANÁ

Autores

  • Anne Caroline Aguiar Pesenti UFFS
  • Bruno Alencar Maia Pinto UFFS
  • Gabrieli Américo Silva UFFS
  • Denise Maria Souza Mello UFFS

Resumo

O gato doméstico (Felis catus) é um animal mamífero e carnívoro pertencente à Família Felidae, do Gênero Felis. Acredita-se que o gato começou a aproximar-se do ser humano com o início da produção de cereais, para se alimentar de roedores, processo tido como “autodomesticação”. Nos tempos atuais, o homem trouxe o gato para dentro de casa e esse estilo de vida nem sempre está de acordo com o bem estar animal, acarretando em uma série de distúrbios comportamentais e fisiológicos devido à exposição ao estresse crônico. Por isso, o presente estudo teve por objetivo avaliar por meio de etograma os principais comportamentos observados em gato doméstico (Felis catus) mantido preso por coleira na cidade de Realeza-Paraná. Os registros foram realizados por meio de gravação de vídeo dos principais comportamentos expressados pelo felino. Na primeira observação, Ad libitum, observaram-se todas as atividades do animal, dentre elas descanso, alimentação, interação, fuga, limpeza e movimentação. Posteriormente, optou-se pelo método animal focal, com o propósito de avaliar a duração e frequência dos eventos realizados por um único animal.  As observações foram realizadas durante 03 dias, estendendo-se do dia 06 a 08 de junho de 2018, no período final da tarde. Para avaliação de comportamento utilizou-se etograma a fim de descrever todas as ocorrências de comportamento durante o tempo estipulado. Ademais, avaliou-se o tempo gasto na atividade avaliada e o número de ocorrências do evento para caracterizar quais as principais atividades que um felino em ambiente e condições atípicos realiza. O ambiente em que o animal tinha acesso enquanto era mantido preso consistia em uma área de aproximadamente 20m², que correspondia a garagem e sala da residência. Possuía três caixotes de madeira que serviam de “cama” para o felino, situados no ambiente externo, e comedouro e bebedouro de plásticos localizados no ambiente interno. Enquanto preso o animal tinha acesso a esses dois ambientes. Verificaram-se os comportamentos andar, descansar (no chão ou em um dos caixotes), interação (com a câmera ou pessoas), comer, beber, explorar, espreguiçar e limpeza. A privação à coleira impede o felino de se envolver a atividades em grupo e complexas relações sociais inerentes ao seu comportamento, que nem sempre são restritas à residência, mas para além deste território. Todavia, as avaliações sugeriram que apesar do ambiente atípico o animal ainda expressava comportamentos naturais da espécie e não demonstrava sinais evidentes de estresse. Ademais, o local de descanso de preferência do animal era a caixa fixada no alto, como é sabida a preferência da espécie por locais de abrigo mais elevados. Contudo, comportamentos como de exploração, comportamento instintivo da espécie, durante as avaliações foram pouco observados, podendo ser justificado pelo fato ser um espaço pequeno, com poucos locais de movimentação. Ressalta-se a interação com a tutora que buscava atender as necessidades básicas do animal, visando o bem-estar à sua maneira. Conclui-se que foi possível verificar as principais atividades de um felino mantido preso e que apesar de atípico foram identificadas poucas evidências de estresse.

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Publicado

24-10-2018

Edição

Seção

Campus Realeza - Projetos de Pesquisa