Agrotóxicos aplicados nas commodities agrícolas presentes na Cesta Básica dos brasileiros
Palabras clave:
Agricultura, Agroquímicos, Produção de alimentosResumen
Introdução: Agrotóxicos são constituintes químicos sintéticos aplicados para prevenir ou controlar pragas, incluindo insetos, roedores, fungos, ervas daninhas e outros organismos indesejados. Apesar de suas vantagens econômicas, os riscos ao meio ambiente e à saúde pública precisam ser considerados. A produção de cana-de-açúcar, de soja e de trigo são pilares da economia brasileira, importantes para a alimentação dos brasileiros e para o setor bioenergético. Objetivo: Inventariar os agrotóxicos sintéticos utilizado na produção agrícola da cana-de-açúcar, da soja e do trigo da Cesta Básica dos brasileiros. Metodologia: O estudo foi realizado nos estados do Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina de 2019 a 2023, nas culturas da cana-de-açúcar, de soja e de trigo. Os dados foram adquiridos junto aos departamentos de agricultura dos estados. Estratificou-se os agrotóxicos quanto aos volumes, classe agronômica, classe toxicológica, origem e distribuição espacial do uso. Foi utilizada a estatística descritiva de frequência para resumir e apresentar os resultados. Resultados e Discussão: Considerando as três culturas, a soja demandou o maior número absoluto de agrotóxicos (n=521), seguidos do trigo (n=358), e cana-de-açúcar (n=216). O estado do Paraná comercializou o maior volume de agrotóxicos para a cana-de-açúcar (69,1%) e para a soja (34,2%), o Rio Grande do Sul para o trigo (61,2%). Quanto aos volumes, na cana-de-açúcar, o glifosato foi o mais utilizado (18,8%), diuron (8,4%) e tebutiuron (7,6%). Na soja, glifosato (36,2%), mancozebe (8,7%) e 2,4-D (4,6%) e no trigo, glifosato (22,8%), 2,4-D (13,9%) e glufosinato sal de amônio (11,5%). A comercialização de agrotóxicos se concentrou nos fungicidas na soja (36.3%), e no trigo (39,1%), e herbicidas na cana-de-açúcar (33,8%). A maioria dos agrotóxicos (superior a 85% para todas as culturas), são classificados como pouco tóxicos ou improváveis de causar dano agudo ou não classificados, além da inserção de bioinsumos. A maioria dos agrotóxicos (superior a 90% em todas as culturas) foram classificados como sintéticos. Considerações finais: Desperta-se para a necessidade de mitigar o uso dos agrotóxicos sintéticos e fomentar políticas públicas que potencializem alternativas sustentáveis e mais seguras ao meio ambiente e à saúde humana, a exemplo dos bioinsumos.