Atenção primária em saúde e sistemas de informação na covid-19: potencialidades e fragilidades

Autores/as

Palabras clave:

Doença por coronavírus , Sistema de Informação em saúde, Vigilância epidemiológica, Vulnerabilidade em saúde

Resumen

Introdução: a Atenção Primária em Saúde (APS) foi impactada pela pandemia da covid-19, principalmente por ser a ordenadora das demais redes de atenção à saúde. A APS destacou-se na coordenação da alocação de recursos e gastos financeiros ao organizar fluxos para otimizar recursos no enfrentamento da pandemia. Objetivo: identificar as principais potencialidades e dificuldades da APS em relação ao sistema de informação e tecnologia na pandemia da covid-19. Metodologia: as etapas da Revisão Integrativa da Literatura (RIL) compreendem: identificação do tema, determinando o problema da pesquisa; selecionar a amostragem na literatura disponível e definir os critérios de inclusão e exclusão; categorização dos estudos, através da organização de um banco de dados, sintetizar as informações contidas nos estudos; avaliação dos estudos selecionados; interpretação dos resultados; e apresentação da revisão integrativa: síntese das etapas e apresentação dos achados nos estudos. As buscas foram nos portais LILACS, MEDLINE, PUBMED e Portal de Periódicos da Capes – Scielo. O período de busca foi de setembro de 2023 a janeiro de 2024. Os descritores foram: SUS, covid-19 e Gestão em Saúde. Foram selecionados 11 artigos para essa temática.   Resultados e Discussão: a telemedicina e telessaúde destacaram-se como instrumentos importantes para evitar sobrecarga nas unidades de saúde, proporcionando o atendimento à população em seu domicílio, evitou aglomerações e, ainda, facilitou a comunicação entre os profissionais de saúde e gestores para tomada de decisões. A tecnologia contribuiu também para o trabalho do serviço de vigilância epidemiológica em relação a análise de dados e a tomada de decisão, sistema de informação confiáveis que chegaram corretamente até a população. O SUS é heterogêneo nas diferentes regiões do país e houve fragilidades nas ações de vigilância em saúde em outros territórios, especialmente quanto a notificação dos casos, no cuidado individual de usuários confirmados e suspeitos de covid-19. Os usuários enfrentaram barreiras de acesso aos serviços de saúde e dificuldades no cumprimento das medidas sanitárias, expondo vulnerabilidades individuais, sociais e programáticas. Muitas localidades do Brasil apresentaram dificuldades, incluindo a falta de acesso à internet, escassez de equipamentos, materiais e infraestrutura, sendo fatores imprescindíveis para o atendimento efetivo à população. Considerações finais:  os resultados obtidos evidenciam a necessidade de investimentos no sistema de informação e tecnologia no SUS em todo território brasileiro. Os sistemas de informação são essenciais para todas as redes em saúde e precisam ser integrados entre si para que a alimentação dos dados seja possível, afim de qualificar e integrar a comunicação, avaliar o perfil das vulnerabilidades da população e as necessidades de cada serviço de saúde. A pandemia da covid-19 serviu para mostrar o quanto é necessário que as informações estejam em tempo hábil sistematizadas para facilitar a atenção integral e oportuna à saúde e qualificar as notificações para tomada de decisões diante de uma pandemia. É necessário utilizar as experiências enfrentadas pela pandemia, para elaboração de planejamentos e estratégias, a fim de melhorar o sistema de informação das redes em saúde, com o intuito de fortalecer a atenção e assistência em saúde ofertada pelo SUS aos seus usuários e para o enfrentamento de futuros crises sanitárias.

Biografía del autor/a

  • Jeana Cristina Barretta, Instituto Federal do Paraná e Unochapecó

    Docente no curso de Enfermagem do Instituto Federal do Paraná (IFPR -Campus Palmas). Doutoranda em Ciências da Saúde pelo PPGCS (UNOCHAPECÓ), com bolsa CAPES. Mestre em Biociências em Saúde pelo PPGBCS (UNOESC). MBA em Auditoria em Serviços de Saúde (ESTÁCIO). Graduação em Enfermagem pelo IFPR. Tem experiência na área de Enfermagem, atuando principalmente nos seguintes temas: enfermagem, bioética, auditoria, cuidados intensivos, epidemiologia e interdisciplinaridade e COVID-19. Atuou na linha de frente da COVID-19 em 2020.

  • Maria Assunta Busato, Unochapecó

    Pós-Doutorado na Área de Concentração Sociedade e Meio Ambiente, Programa Interdisciplinar em Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Doutora em Biologia pela Universidade de Barcelona (UB), Barcelona, Espanha. Título convalidado pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas). Master em Enfermidades Tropicais pela Universidade de Valência, Espanha. Graduada em Ciências pela Universidade de Passo Fundo. Graduada em Biologia pela Universidade de Passo Fundo. Atualmente é Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Unochapecó (Mestrado e Doutorado) e atua na Linha de Pesquisa Saúde e Ambiente. Docente nas graduações de Medicina e Ciências Biológicas. É professora visitante do Programa de Pós-Graduação de Salud Pública y Enfermedades Transmisibles da UNaM - Argentina. Na Universidade Comunitária da Região de Chapecó - UNOCHAPECÓ - foi, coordenadora do curso de Ciências Biológicas; Diretora do Centro de Ciências da Saúde; Vice-Reitora de Ensino, Pesquisa e Extensão; Coordenadora da Comissão Própria de Avaliação; Coordenadora da Editora Argos; Diretora de Pesquisa e Pós-Graduação. Atua na área de Saúde e Meio Ambiente, com ênfase nos seguintes temas: Avaliação de Impactos na Saúde; Vulnerabilidades em saúde e ambiente; Vetores e agravos associados à saúde; Vigilância em Saúde Ambiental

  • Junir Antonio Lutinski, Unochapecó

    Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (2002), Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade Comunitária da Região Oeste de Santa Catarina (2007). Doutor em Biodiversidade Animal pela Universidade Federal de Santa Maria (2014) e Pós-Doutorado em Control de Vectores y Diagnóstico Molecular de Parásitos pela Universidad Miguel Hernández de Elche (UMH), España (2022). Atua como Biólogo na Secretaria da Saúde do município de Chapecó, SC na área de controle de de vetores. Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde de Unochapecó. Professor visitante na Universidad Nacional de Misiones, Argentina. Pesquisador do grupo de pesquisa Ambiente e Saúde.

Publicado

20-07-2025

Número

Sección

ET 2 - Sistemas de Informação e Geotecnologias aplicadas à saúde