USO EXCESSIVO DE ELEMENTOS VISUAIS EM LIVROS DIDÁTICOS: UMA ANÁLISE DA COLEÇÃO “SUPERAÇÃO” PARA O ENSINO DE CIÊNCIAS

Autores

  • Dandara Heloísa Klug UFFS
  • Roque Ismael Gullich UFFS

Palavras-chave:

Estímulos visuais, excesso de conteúdo, pesquisa quantitativa;, material didático

Resumo

Os livros didáticos são ferramentas essenciais no aprendizado atualmente, auxiliando tanto professores como os estudantes. O problema é que nos últimos anos tornou-se evidente o aumento significativo do uso de imagens de maneira desordenada. Este trabalho foi desenvolvido no componente curricular “Prática de Ensino: Currículo e Ensino de Ciências” e teve como objetivo analisar  como uma das coleções didáticas distribuídas pela PNLD (2024-2027) está realizando a difusão de imagens em suas páginas e como seu uso excessivo pode dificultar a aprendizagem. O livro “SuperAÇÃO!” de Ciências, do nono ano do Ensino Fundamental, foi analisado manualmente de maneira quantitativa, com o auxílio de um gráfico produzido pela autora, que facilitou o entendimento e análise de conteúdo. A pesquisa documental realizada trouxe como resultado os seguintes dados: em sua totalidade o livro possui 288 páginas, 60 dessas páginas não possuem nenhuma imagem, 90 páginas trouxeram uma imagem, 88 páginas têm duas imagens, 35 páginas com três imagens, 9 páginas com quatro imagens, 1 páginas com cinco imagens, 4 páginas com seis imagens e 1 página com oito imagens. Observando estes resultados percebemos que 228 páginas possuem elementos visuais, 15 delas com uso excessivo. Esse excesso de estímulos visuais pode gerar consequências, como: diminuição da concentração, sobrecarga cognitiva, dificuldade de interpretação e dependência de estímulos visuais. Ademais, notamos que em inúmeras páginas que apesar de possuírem só uma imagem, são figuras grandes que, muitas vezes, ocupam a página toda, com a única funcionalidade de embelezar. Quando há muitas imagens sem explicações claras ou soltas pelas páginas, pode haver uma confusão em relação à interpretação dos estudantes e essa sobrecarga cognitiva prejudica a compreensão do conteúdo. Sabemos que ter uma representação visual nos livros é necessária, mas deve ser feita de forma adequada utilizando critérios e evitando esse excesso de conteúdo mal disposto. Notamos que precisamos priorizar aquelas que realmente auxiliam a compreensão dos conteúdos e aumentar a participação interativa dos professores na avaliação dos elementos visuais escolhidos na escolha destas ferramentas didáticas (os livros) de Ciências para o ensino. 

Biografia do Autor

  • Roque Ismael Gullich, UFFS

     Orientador, Doutor em Educação nas Ciências. Docente no Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências.Tutor e Bolsista MEC - FNDE PETCiências - Universidade Federal da Fronteira Sul - UFFS - Campus Cerro Largo.

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Publicado

03-06-2025