AS LEIS DE KEPLER RETRATADAS EM UMA HISTÓRIA EM QUADRINHOS: POSSIBILIDADES NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES
Palavras-chave:
Ensino de Ciências, Metodologia de Ensino, Construção do conhecimento científico.Resumo
O presente trabalho apresenta reflexões acerca de uma atividade desenvolvida na disciplina de Prática de ensino: epistemologia e ensino de ciências, e teve como base o livro: Uma breve história da ciência, de William Bynum. A atividade proposta consistiu na escolha de capítulos da obra e construção deles em histórias em quadrinhos (HQ) com o objetivo de abordar conceitos científicos de maneira didática e reflexão sobre estratégias/metodologias alternativas. A atividade foi desenvolvida em grupos, onde cada grupo escolheu um capítulo do livro para transformar e deveria desenvolver a releitura do capítulo e a proposição em formato de HQ. A escolha foi o capítulo sobre as Leis de Kepler, tema que costuma ser abordado nas escolas de forma muito técnica, o que dificulta sua compreensão por parte dos estudantes. Primeiramente, realizamos a leitura atenta do capítulo e identificamos os principais acontecimentos e conceitos que deveriam compor a história. Tivemos o cuidado de preservar os aspectos científicos envolvidos, sem perder de vista a linguagem utilizada nas HQs, com o objetivo de tornar o conteúdo mais leve, curioso e instigante para quem lê. Utilizamos folhas A3, disponibilizadas pela professora, para a criação dos quadros, falas e ilustrações. Planejamos o enquadramento, organizamos as cenas, desenhamos os personagens e, por fim, escrevemos os balões de fala e de narração, trazendo uma leitura visual e fluida. A etapa final foi a pintura, que ajudou a dar vida à HQ. A construção da HQ nos permitiu experimentar, na prática, como a História da Ciência pode ser uma aliada no ensino de conteúdos considerados difíceis, como as Leis de Kepler. Muitas vezes, os alunos não compreendem por que ou como determinada teoria foi formulada, tampouco percebem o contexto histórico que levou ao processo de construção do conhecimento científico. Ao trazer esses elementos de maneira narrativa e visual, conseguimos criar pontes entre o conteúdo científico e a realidade dos estudantes. Durante a discussão final com a turma, refletimos sobre os diversos recursos didáticos que podemos utilizar como futuros professores. Entendemos que a História da Ciência não apenas contextualiza o conhecimento, mas também corrige desvios comuns, como a ideia de cientistas como “gênios”. Essa prática de ensino nos mostrou que é possível abordar conteúdos complexos de forma didática, criativa e significativa. Além disso, reforçou a ideia de que, ao proporcionar momentos de diversão, criação e envolvimento, também estamos promovendo aprendizagem. Saber que podemos tornar a Ciência mais humana, compreensível e interessante é um passo importante para construirmos uma prática docente mais comprometida com a aprendizagem dos estudantes. Cabe destacar, que é um bom recurso para o desenvolvimento de habilidades de incentivo à leitura, interpretação, escrita e também para a participação do aluno em sala de aula, não apenas para o ensino de ciências e sim, para as demais áreas do conhecimento.