Vivências no PIBID-Pedagogia: Práticas Dialógicas nos Anos iniciais
Palavras-chave:
Disciplina, Diálogo, Alfabetização, Estratégias dialógicas.Resumo
Resumo: Este trabalho tem como objetivo analisar práticas disciplinares presentes no processo de alfabetização, com ênfase na utilização do “castigo” e nas possibilidades de intervenções pautadas pelo diálogo. A reflexão que apresentamos neste estudo parte da vivência com uma turma do 1° ano, com 21 crianças, do ensino fundamental - anos iniciais, nas atividades do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID-Pedagogia), em uma escola pública localizada na região das Missões, no noroeste do estado do Rio Grande do Sul. A metodologia utilizada para esta reflexão possui abordagem qualitativa e utilizou a observação e o registro de cenas em diário de bordo, dos quais foram destacadas duas cenas, que serviram de base para o estudo. A análise deste material empírico foi realizada a partir de referenciais teóricos que discutem práticas disciplinares e práticas dialógicas. Na primeira cena, observou-se uma prática disciplinar que consistia na escrita dos nomes de alguns alunos no quadro, o que funcionava como forma simbólica de repreensão aos maus comportamentos. As crianças foram excluídas de atividades recreativas e, posteriormente, chamadas para conversas individuais com a professora. Ainda que se trate de uma ação que envolve um certo grau de penalização, percebeu-se a mediação da professora por meio do diálogo e da escuta. Na segunda cena, um conflito entre dois alunos durante o recreio foi conduzido, inicialmente, com a aplicação de uma punição – privação temporária do parquinho. No entanto, a professora buscou compreender os relatos das crianças, promoveu um momento de reflexão individual e incentivou à empatia e à responsabilização, com estímulo para que os alunos pensassem em alternativas adequadas para resolução de conflitos. Verifica-se o esforço da professora em transformar momentos de conflito em oportunidades de aprendizagem, conduzindo os alunos à reflexão sobre suas ações e promovendo um ambiente mais acolhedor e propício ao desenvolvimento emocional e social. Conclui-se que, no contexto da alfabetização, a mediação de conflitos por meio do diálogo pode contribuir para a construção de relações mais respeitosas e acolhedoras A escuta ativa e o reconhecimento da criança como sujeito participante do processo educativo são fundamentais para uma prática pedagógica mais sensível e eficaz. No entanto, desafios persistem, especialmente referente à superação de práticas disciplinadoras que ainda se encontram no cotidiano escolar. Ressalta-se, assim, a importância da formação docente continuada como instrumento para que professores possam refletir sobre suas práticas e desenvolver estratégias pedagógicas que promovam uma educação mais democrática, empática e centrada na formação integral das crianças.