Inclusão Escolar em Foco: Experiências e Aprendizados no Contexto do PIBID nos anos iniciais
Resumo
Este estudo, vinculado ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da Pedagogia, analisou os desafios da inclusão escolar de crianças com necessidades específicas, como Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), em uma turma do 3º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública na região das Missões. O objetivo foi compreender como a ausência de formação continuada e de suporte institucional afeta as práticas pedagógicas inclusivas e o desenvolvimento desses alunos. A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, baseada em observações participantes e registros detalhados do desenvolvimento de interações e estratégias pedagógicas com dois alunos, um apresentando TEA, e outro, TDAH. As observações revelaram três desafios enfrentados pela professora, tanto em relação à aprendizagem, quanto aos comportamentos dos alunos público-alvo da educação especial e ao apoio pedagógico. Observamos as dificuldades da professora em mediar a aprendizagem do aluno com TEA, que apresentou comportamentos disruptivos devido à ausência de estratégias adaptadas. O segundo aluno, com TDAH, por sua vez, demonstrou respostas positivas quando recebeu atenção individualizada, mas enfrentou preconceito dos colegas, evidenciando a falta de uma cultura inclusiva. Essas situações indicam como as políticas públicas são construídas com a ação de todos os envolvidos, pois a professora tem seu papel, mas a escola e o sistema de ensino também possuem responsabilidades para garantir com conjunto de condições que possibilitem o desenvolvimento de processos inclusivos nas salas de aula. Constatou-se a distância entre as políticas públicas de inclusão e a realidade escolar, na qual faltam recursos, monitoria especializada para o caso do aluno autista, e formação continuada para os professores na área da inclusão. O referencial teórico utilizado nesta pesquisa sustentou as análises realizadas em relação à necessidade de reorganização pedagógica, currículo flexível e formação docente articulada entre teoria e prática, conforme autores ressaltam que o preconceito, mesmo sutil, reforça barreiras atitudinais, exigindo dos educadores postura ética e sensível. A inclusão, portanto, não se limita à presença física do aluno na escola, mas demanda mudanças estruturais, culturais e pedagógicas. Os resultados apontam três desafios (1) a insuficiência na formação docente para lidar com a diversidade; (2) a carência de apoio pedagógico e institucional; e (3) a persistência de interações discriminatórias entre os alunos. Conclui-se que a inclusão requer esforço coletivo, envolvendo professores, gestores, famílias e políticas públicas, além de investimentos em formação e infraestrutura escolar. O estudo reforça o papel do PIBID na formação de docentes críticos e preparados para enfrentar os desafios da educação inclusiva.