ATUAÇÃO DO PROGRAMA ENFERMA-RIA PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM MEIO A PANDEMIA DA COVID-19
Palabras clave:
Enfermagem, Ludoterapia, Hospitalização, Cuidados de Enfermagem, COVID-19Resumen
RESUMO EXPANDIDO
Introdução: Devido a pandemia imposta pela Coronavírus disease 2019 (COVID-19) deparou-se com medidas restritivas quanto ao prosseguimento de atividades extensionistas realizadas nos serviços de saúde, como a exemplo, tem-se as ações desenvolvidas pelo Programa Enferma-Ria: a palhaçaria como ferramenta na promoção da saúde, que utiliza o lúdico por meio da palhaçaria como auxiliadora no cuidado, visando a promoção da saúde da criança e do adolescente em ambiente hospitalar.1 Diante da necessidade de adaptação e observado a necessidade do brincar, da informação e do desenvolvimento e qualidade de vida da criança e do adolescente, o Programa têm desenvolvido intervenções específicas nesse momento de pandemia. O enfoque do Enferma-Ria passou a ser a utilização do lúdico com a palhaçaria para prevenção e promoção da saúde da criança e do adolescente no contexto da COVID-19, com a realização de atividades facilitadas pela tecnologia por meio das redes sociais, repassando informações sustentadas em evidências científicas a fim de diminuir dúvidas e minimizar o medo em relação as modificações impostas pela pandemia, interagindo de forma remota com o público alvo. A criança e o adolescente vivem em mundo onde se brinca com tudo e o tempo todo, o lúdico faz parte de sua etiologia humana.2 Assim, o uso do lúdico nesse contexto contribui para a compreensão e enfrentamento das mudanças provocadas pela pandemia, minimizando sentimentos negativos advindos deste cenário, além de fortalecer o diálogo entre crianças e/ou adolescentes e seus familiares. Sendo possível identificar a tecnologia como uma ferramenta positiva nesses processos, auxiliando e contribuindo para a prevenção e promoção da saúde. Objetivo: Relatar a atuação do Programa de extensão Enferma-Ria em meio a pandemia da COVID-19 para as criança e adolescentes. Metodologia: Compreende um estudo na modalidade relato de experiência a partir das vivências de integrantes do Programa Enferma-Ria: a palhaçaria como ferramenta na promoção da saúde, vinculado à Universidade Federal da Fronteira Sul, Campus Chapecó (UFFS/SC), em meio da COVID-19, visto as intensas alterações sociais e orientações de distanciamento para controle da disseminação do vírus. Implicando na suspensão, por tempo indeterminado, das aulas presenciais e atividades que pudessem ocasionar aglomerações, assim como atividades extensionistas que preconizam o contato com a comunidade e a prestação de serviços, acarretando na paralisação das ações realizadas pelo Programa. Anteriormente, a atuação dava-se em um Hospital pediátrico da Região Oeste de Santa Catarina onde os palhaços realizavam intervenções lúdicas por meio da palhaçaria para promoção, prevenção e reabilitação da saúde da criança e do adolescente hospitalizados, buscando integrar ações juntamente com o cuidador familiar que também participa e vivencia o processo de hospitalização, podendo contribuir significativamente na saúde dos mesmos. Atualmente, necessitou-se modificar as ações realizadas pelo Programa Enferma-Ria devido a pandemia, passando utilizar as redes sociais para dar prosseguimento às atividades de maneira remota, trabalhando a prevenção e promoção da saúde em relação a COVID-19 com crianças e adolescentes. Resultados e Discussão: Com a necessidade de adaptação das ações realizadas pelo Programa Enferma-Ria diante da pandemia, a continuidade deu-se pela inserção da tecnologia por meio das redes sociais, sendo identificadas como uma importante ferramenta auxiliadora e facilitadora para atingir os objetivos propostos pelo Programa. Proporcionando a continuidade das atividades com enfoque na prevenção, promoção e recuperação da saúde relacionada a COVID-19 com crianças e adolescentes. Com isso, foram desenvolvidas algumas situações como a produção de um vídeo educativo sobre ‘Lavagem de mãos para a prevenção da COVID-19 em pediatria’, mostrando de forma sucinta os sete passos para uma higiene de mãos adequada. Foi desenvolvido, também, uma história em quadrinhos abordando o ‘Uso de máscara e como proteger as crianças menores de dois anos do contágio e transmissão’, além da elaboração de um banner intitulado: ‘Evitando o uso de Máscara em crianças menores de dois anos’, publicado na página do instagram do Programa, abordando os motivos pelo quais não recomenda-se o uso de máscara facial nessa faixa etária. O objetivo da realização de atividades como essas, é minimizar os impactos causados pelas mudanças sociais abruptas no cotidiano de todos, em especial das crianças e adolescentes, os quais se encontram em um período de intenso crescimento e desenvolvimento físico, psíquico, moral e social, necessitando de um ambiente e fatores que contribuam e garantam que isso ocorra de maneira plena e integral.3 Para tal, é fundamental a oferta de informações de qualidade e adaptadas em uma linguagem acessível para sua faixa etária, estágio de desenvolvimento e capacidade de compreensão,3 propiciando maior entendimento sobre a temática trabalhada. Apesar das crianças e adolescentes não se encontrarem nos, expressivos, índices do perfil epidemiológico da doença, as mudanças provocadas pelo atual cenário pandêmico podem ocasionar outras situações e sentimentos como o medo, preocupações, angústia, tristezas dentre outros advindos dessa vivência, podendo acarretar em patologias futuras. Por isso, aliar nesse contexto a ludicidade como a palhaçaria desenvolvida pelo Programa Enferma-Ria pode auxiliar na compreensão de situações e condutas observadas e vivenciadas nesse período, minimizando possíveis sentimentos negativos. A tecnologia pode ser observada como uma facilitadora desses processos, contribuindo para a aproximação virtual de pessoas, o compartilhamento de mensagens instantâneas, videochamadas, webconferências, oferta de atividades online e gratuitas abertas para todos, produção de materiais científicos e publicações nas redes sociais com informações seguras para acesso da população, dentre outros pontos positivos identificados com a ampla inserção dessa potente ferramenta de disseminação de conteúdos e tão presente no cotidiano de uma grande parcela da sociedade.4 Tendo isso em vista, as ações do Enferma-Ria visam atingir as crianças e os adolescentes por intermédio de seus familiares, já que a grande maioria destes, principalmente as crianças, não possuem redes sociais, favorecendo o diálogo e fortalecendo os vínculos entre estes e seus familiares pela rede que é estabelecida ao dialogar, tornando a família participantes ativos na prevenção e promoção da saúde das crianças e adolescentes no contexto da COVID-19. Considerações finais: A pandemia trouxe inúmeros desafios, sendo um deles a necessidade de modificação e adaptação a novos meios que possibilitasse a continuidade das ações desenvolvidas por projetos e programas extensionistas, como as realizadas pelo Enferma-Ria. Nesse cenário, a tecnologia demonstrou-se ser uma aliada, quando utilizada da maneira correta, na disseminação de informações relacionadas à saúde, permitindo, mesmo que de maneira online, a prevenção e promoção da saúde de crianças e adolescentes em relação a COVID-19. Além disso, possibilitou uma maior reflexão quanto a necessidade de adequação as diferentes ações desenvolvidas, contemplando cada faixa etária com atividades específicas, reconhecendo os processos de crescimento e desenvolvimento vivenciados na infância e adolescência.
