PROMOVENDO O ALEITAMENTO MATERNO POR MEIO DA CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

Autores/as

  • Jordana Aleluia Castilho Universidade Federal de Catalão
  • Tharine Louise Caires Gonçalves Universidade Federal de Catalão
  • Eduarda Dias Da Silva Universidade Federal de Catalão
  • Yandra Karol Da Silva Universidade Federal de Catalão
  • Alessandra Silva Silveira Universidade Federal de Catalão
  • Efigênia de Fátima Barbosa Universidade Federal de Catalão

Palabras clave:

Aleitamento materno; Recém-nascido; Saúde da Criança;

Resumen

Introdução: A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde (MS), recomendam aleitamento materno por dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses de vida do bebê. A amamentação proporciona, entre outros, benefícios psicológicos para a criança e para a mãe, aumentando os laços afetivos e sentimentos de segurança e proteção. Nesse sentido, a escuta atenta, além de incentivar e dar apoio, colabora nos desejos, realizações e frustrações que essa mulher vivenciou ou poderá viver, com a criança em seu processo de amamentação, além de incentivar e dar apoio à mesma. Assim, o apoio dos serviços e equipes de saúde, principalmente equipes interprofissionais de saúde, é fundamental para que a amamentação alcance o êxito, através de ações educativas dirigidas à mulher e à criança1. No sentido de potencializar a promoção do aleitamento materno, a Caderneta de Saúde da Criança, um instrumento desenvolvido pelo Ministério da Saúde, representa uma ferramenta estratégica para a atenção à saúde da criança, sendo entregue, gratuitamente, ao nascimento do bebê ou no momento da alta hospitalar. Ela abarca informações e orientações para auxiliar o cuidar da criança, principalmente dados relacionados ao nascimento, primeiros dias/meses de vida, e sobre o leite materno2Objetivo: Relatar a experiência de acadêmicas do curso de Enfermagem e Psicologia no projeto de extensão “A caderneta de saúde da criança como promotora do aleitamento materno e cuidados com o recém-nascido”. Metodologia: O projeto de Extensão " A caderneta da Saúde da Criança como promotora do aleitamento materno e cuidados ao recém-nascido" da Universidade Federal de Catalão (UFCAT) é um projeto interdisciplinar que inter-relaciona alunos, docentes e servidores dos Cursos de Graduação em Enfermagem e Psicologia da UFCAT com profissionais de saúde: enfermeiros e psicólogos de uma instituição de saúde referência na assistência ao parto e nascimento do município de Catalão. Iniciou-se em agosto de 2019, tendo como público alvo puérperas internadas nesta instituição. Até fevereiro deste ano, foram cerca de 400 mulheres assistidas. Inicialmente, as discentes, juntamente com as professoras, reuniam-se para discussão sobre o conteúdo da Caderneta de Saúde da Criança, cuidados com o recém-nascido e orientações psicológicas. Após essa etapa, as discentes se dirigiam à instituição de saúde pra então orientar, diretamente, às puérperas, respeitando os horários de visita, descanso e alimentação das mulheres, e de acordo com a disponibilidade diária de cada discente, sendo priorizado o fim da tarde. Desse modo, elaborou-se uma escala, de forma que não ultrapassasse mais de 48 horas (tempo mínimo de internação da mulher após o parto) sem uma discente ir à maternidade, e assim, nenhuma mulher após o parto não ficaria sem receber orientações. Nestas orientações, abordavam-se as informações contidas na Caderneta, sobretudo mitos e verdades e dificuldades na amamentação como:  pega correta, rachaduras no peito, mamas empedradas. Também eram feitas escutas com essas mulheres, a fim de que essas explorassem seus medos e angústias nesse novo momento. Além disso, abordou-se a forma correta de extração, armazenamento e oferecimento do leite materno para a criança, para casos, por exemplo, do retorno da mãe ao trabalho e para que não houvesse desmame precoce. Essas atividades não foram limitadas a um tempo de duração específico, pois esteve vinculado ao interesse e questionamentos das puérperas e seus acompanhantes. Devido à pandemia do novo coronavírus (SARS-CoV-2), as atividades e objetivos do projeto foram reestruturados, a partir de março deste ano, e foram produzidos materiais online (vídeos e cartilhas) com foco na amamentação e o SARS-CoV-2. Eles foram divulgados em redes sociais, aplicativos de mensagens e impressos. Estes foram entregues à direção da maternidade que se encarregou da distribuição às puérperas. Resultados: Percebeu-se que muitas puérperas tinham várias dúvidas acerca da amamentação, principalmente as primíparas.  Houveram situações que ficaram mais reclusas ou não deram permissão para a conversa. Contudo, a maioria das mulheres interagiram, possibilitando diálogo mútuo de grandes aprendizados e troca de informações. As dúvidas e comentários que mais surgiam foram: “Será que meus seios pequenos produzem leite suficiente?”, “Tenho muito medo de não conseguir amamentar o meu bebê...É tanta coisa né?”, “O bebê mama toda hora porque meu leite está fraco?”, “Preciso colocar  faixas no umbigo da criança até cair?”. Observou-se também, a atitude das puérperas em replicar as informações discutidas, com outras puérperas/lactantes demonstrando sensibilização e apropriação sobre a temática. Sabe-se que uma parcela considerável das puérperas não está sendo alcançada devido as limitações que a pandemia da COVID-19 trouxe. Mesmo assim observa-se, uma  boa repercussão nas redes sociais, onde foram publicados os trabalhos produzidos pela equipe do projeto por meio de curtidas, visualizações e comentários. Considerações finais: O projeto tem contribuído para aprimorar o conhecimento e amenizar a ansiedade das mulheres - em especial das primíparas, e familiares/acompanhantes sobre os cuidados com o recém-nascido principalmente nos primeiros dias de vida, e sobretudo, a importância do oferecimento e manutenção do leite materno até o sexto mês de vida do bebê. Ademais, contribui para a formação acadêmica de forma significativa, visto que é um espaço para a prática e desenvolvimento de habilidades profissionais. Contudo, observa-se ainda que existem lacunas, mostrando que há espaço para melhoria das orientações, apontando a necessidade de investimentos em mais pesquisas sobre a temática. 

Publicado

19-04-2024