CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE IDOSO HOSPITALIZADO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
Resumen
Introdução: A população brasileira conforme perfil demográfico e epidemiológico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atualmente é de 210.912.758 milhões. Destaca-se que deste total de habitantes, as pessoas com idade superior a 60 anos são de aproximadamente 30,2 milhões e continuam envelhecendo1. Considerando o envelhecimento da população, muitas vezes, influenciada pelos determinantes sociais e as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT), o Ministério da Saúde (MS) no ano de 1994, promulgou a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI), assegurando os direitos sociais e criando condições para promover a autonomia, integração e participação efetiva na sociedade, reafirmando o direito à saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS)4. No ano de 2003, foi assinado no país, o Estatuto da Pessoa Idosa instituído pela Lei Nº 10.741 e Regulamentada pela Lei 13.466/2017, que propõe um conjunto de direitos das pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, assegurados pelos princípios e diretrizes previstos na Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) e na Política Nacional do Idoso2,3. Em relação aos avanços na atenção à saúde das pessoas idosas, os serviços de saúde têm a finalidade de garantir acesso de qualidade, sendo o Enfermeiro um dos profissionais fundamentais no processo de acolhimento e prestação de uma assistência holística e humanizada. Neste contexto, o Processo de Enfermagem (PE) corrobora na qualificação e cientificidade do cuidado, reafirmando o compromisso com a saúde dos indivíduos, família e coletividade, atuando na promoção, proteção, recuperação e/ou controle da saúde e reabilitação da pessoa idosa6. O PE é considerado atualmente a maior expressão científica da profissão, sendo uma metodologia de organização e desenvolvimento do trabalho, é um marco da estratégia em saúde especialmente na aplicação dos conhecimentos técnico-científico, característica principal da profissão5. Nestes novos modelos de cuidado, os sistemas de classificação de enfermagem possibilitam uma linguagem única, sendo as mais conhecidas na área da enfermagem a classificação de diagnósticos de enfermagem (DE) da NANDA-I, a classificação de intervenções de enfermagem – Nursing Interventions Classification (NIC) e a classificação de resultados de enfermagem – Nursing Outcomes Classification (NOC). O uso dos sistemas de classificação tem trazido contribuições significativas para a prática, tais como: a melhoria da comunicação e no registro dos dados possibilitando avaliar os resultados e escolher as melhores intervenções de enfermagem, o que implica na qualidade do cuidado prestado. Objetivo: Relatar a experiência com o uso dos sistemas de classificação de enfermagem NANDA-I, NIC e NOC e o Processo de Enfermagem na atenção as pessoas idosas no setor de clínica médica de um Hospital Público no Oeste de Santa Catarina. Metodologia: Estudo descritivo, do tipo relato de experiência, elaborado pelos acadêmicos do curso de graduação de Enfermagem da Universidade Comunitária da Região de Chapecó (Unochapecó), durante as atividades teórico-práticas (ATPs) da disciplina de Semiologia e Semiotécnica II, ocorridas nos meses de outubro a dezembro de 2019, no setor de clínica médica de um hospital público do oeste de Santa Catariana. Resultados e Discussão: Durante as ATPs, as experiências vivenciadas pelos acadêmicos foram de suma importância para o aprendizado, contribuindo para uma melhoria da qualidade e competência no cuidado de enfermagem as pessoas idosas. A utilização das taxonomias de enfermagem mostrou-se ser um excelente instrumento a fim de efetivar as etapas do processo de enfermagem (PE) de forma integral e individualizada. Instrumentalizados por referencial metodológico e taxonômico, os acadêmicos implementaram todas as etapas do PE, corroborando na identificação dos diagnósticos de enfermagem, no planejamento, nas indicações das intervenções e avaliações dos cuidados aplicados, qualificando os registros de enfermagem e validando o processo de cuidado proposto pelo Enfermeiro coordenador. Inicialmente, foram estabelecidos conjuntamente com o professor e enfermeiro responsável pelo setor de clínica médica, estratégias básicas de atenção e de cuidado as pessoas idosas, utilizando-se prioritariamente o diálogo, como estratégia de ensino e aprendizagem a fim de não restringir os acadêmicos apenas as informações do instrumento de anamnese elaborado em sala de aula e/ou os formulários e instrumentos padrões da instituição, oportunizando a implementação do Processo Enfermagem. O PE foi implementado a partir da coleta dos dados minuciosa, sendo utilizados também protocolos e formulários específicos do setor, tais como; Histórico de Enfermagem; Exame Físico (céfalo-podálico); Padrão Respiratório e Circulatório; Padrão Nutricional (pele, sono e repouso), Padrão de Eliminações; Lazer e Condições de saúde do paciente. Todas essas informações corroboraram para a definição dos diagnósticos de enfermagem, as intervenções de enfermagem e os resultados de enfermagem, baseados na taxonomia NANDA-I, a partir de um raciocínio crítico e reflexivo. Considerações finais: Na contemporaneidade, o processo de adoecimento da população idosa está envolto pelos aspectos biopsicossociais e espirituais, muitas vezes, impactando na melhora do quadro morfofuncional da pessoa idosa. Destaca-se neste processo, a importância do uso dos sistemas de classificação de enfermagem, NANDA-I, NIC e NOC, este que direcionam os acadêmicos de enfermagem na aplicação dos conhecimentos técnico-científicos, oportunizando maior consolidação e maturidade no âmbito da ciência e do cuidado. O PE como metodologia de organização e desenvolvimento do trabalho, oportunizou a estruturação do cuidado, garantiu a melhoria da qualidade da assistência prestada à população idosa.