ESCUTA E ACOLHIMENTO PARA A FORMAÇÃO DE VÍNCULO ENTRE A GESTANTE E A ENFERMEIRA NO PRÉ-NATAL
Abstract
Introdução: a gestação é um período repleto de mudanças, tanto físicas quanto psicossociais, sendo primordial que a mulher receba um cuidado de qualidade durante essa fase de sua vida reprodutiva. Nesse sentido, a assistência pré-natal merece destaque a fim de que o acompanhamento gestacional resulte em uma experiência positiva para a mulher, com desfecho favorável para o binômio mãe-bebê. Objetivo: realizar uma reflexão sobre a importância da escuta e do acolhimento durante a atenção pré-natal para a formação de vínculo entre a gestante e a enfermeira. Metodologia: trata-se de um estudo reflexivo baseado em leituras de materiais ministeriais e artigos científicos oriundos de bases de dados, a partir de buscas que utilizaram os Descritores em Ciências da Saúde “gravidez”, “acolhimento” e “relações enfermeiro-paciente”, utilizando-se o operador boleano AND entre eles. Reflexões da discente geradas em aulas teóricas e estudos individuais pelo Componente Curricular “O Cuidado no Processo de Viver Humano II”, cursado no primeiro semestre de 2020, também serviram como elementos reflexivos. Resultados e Discussão: mesmo que o pré-natal apresente uma cobertura satisfatória, é essencial que esse acompanhamento atenda a todas as necessidades da gestante. Nesse contexto, a enfermeira não deve se limitar, apenas, à realização das consultas preconizadas e solicitações de exames, conforme prevê o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde. Para além disso, considera-se que a escuta e o acolhimento refletirão diretamente na relação profissional-usuária e, consequentemente, na efetividade do vínculo. A partir de uma escuta ativa e atenta e de uma acolhida qualificada da gestante, a enfermeira pré-natalista terá condições de reconhecer as dúvidas, anseios e inseguranças da grávida. Esse reconhecimento, por sua vez, possibilitará a formação de um vínculo que facilitará a detecção precoce de situações de risco gestacional e, consequentemente, a intervenção e resolução de alguma complicação que possa repercutir no âmbito materno e/ou fetal. Considerações finais: quando a enfermeira que está à frente da assistência pré-natal está aberta a reconhecer os contextos físico, emocional e sociocultural em que a gestante está inserida e a atende com base em uma escuta atenta e um acolhimento qualificado, amplia-se a possibilidade da formação de vínculo entre profissional-usuária. Tal vinculação, por sua vez, resultará em um cuidado pré-natal efetivo, com efeitos benéficos para a gestante, seu feto, sua família, bem como para os serviços de saúde e sociedade de uma forma geral.
