FATORES DE RISCO PARA A DOENÇA ARTERIAL CORONÁRIA EM PACIENTES SUBMETIDOS À ANGIOPLASTIA

Authors

  • Danielen Antunes Eggres Fundação Universidade Federal do Pampa
  • Marcelo Pituco da Silva Fundação Universidade Federal do Pampa
  • João Pedro Sperluk Arce
  • Liliane Gonçalves Oliveira
  • Letice Dalla Lana

Keywords:

Doença das Coronárias, Angioplastia, Prognóstico, Enfermagem

Abstract

RESUMO EXPANDIDO

 

Introdução: As doenças cardiovasculares (DCV) possuem o maior índice de mortalidade e morbidade no mundo, sendo responsáveis por 17 milhões de mortes por ano, destes, 42% se deve às doenças arteriais coronarianas (DAC).1 Sua incidência está diretamente relacionada à presença e intensidade de fatores prognósticos, incluindo os de risco, como o tabagismo, a hipertensão arterial, diabetes mellitus, dislipidemia, o estresse e outros.2 A terapêutica invasiva comumente utilizada no tratamento da DAC é a intervenção coronariana percutânea (ICP) ou angioplastia coronariana transluminal percutânea (ACTP), que precede a cinecoronariografia, técnica que permite a apresentação gráfica de dados funcionais e anatômicos de artérias e câmaras cardíacas.3,4 Objetivo: identificar os fatores de risco (FR) para doença arterial coronariana (DAC) de pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea (ICP), identificados na literatura nacional. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada na base de dados de divulgação da produção científica Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), no mês de julho de 2020. Utilizaram-se os descritores Angioplastia; Fatores de Risco. A questão norteadora desta revisão foi “qual(is) fator(es) de risco para a DAC identificados em pacientes submetidos a ICP no contexto brasileiro?” Os critérios de inclusão estabelecidos para o estudo foram: textos disponíveis na íntegra, em forma de artigo científico, publicados a partir de 2015, no idioma português, que abordavam sobre os fatores de risco ou prognósticos à DAC em pacientes submetidos à angioplastia. Os de exclusão foram estudos de caso e relatos de experiência. Obteve-se 8.921 manuscritos, destes, 4.532 estavam disponíveis na íntegra e 4.523 em formato de artigo, 1.085 publicados a partir de 2015, 35 publicados no idioma português. Destes, 8 indexados na Medical Literature Analylis and Retrieval System Online (MEDLINE) e 24 na Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), 3 publicados pela Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo e 2 na Base de Dados da Enfermagem (BDENF). Foram excluídos 14 artigos por não estavam disponíveis na íntegra. Não foram encontrados artigos duplicados. Dos 21 artigos disponíveis, excluíram-se 14 artigos por não apresentarem considerações sobre os FR para DAC em pacientes submetidos à ICP. Na tabela 1 apresenta-se os 7 artigos selecionados nesta revisão integrativas, aos quais atendem à questão norteadora deste estudo.

Tabela 1 – Universo dos artigos selecionados na revisão conforme título, autores, periódico científico e ano de publicação.

Título

URL

Autores

Revista

Ano

Conhecimento de pacientes sobre a doença arterial coronariana

http://www.reme.org.br/exportar-pdf/1410/e1264.pdf

LIMA et al.

Rev. Min Enfermagem

2019

 

Atividade educativa com pacientes submetidos à angioplastia coronariana

https://periodicos.ufpe.br/revistas/revistaenfermagem/article/view/110211/22117

LIMA e SIMONETTI

Rev enferm UFPE on line

2017

 

Fatores de risco para cirurgia de revascularização miocárdica em pacientes com angioplastia coronariana prévia com stent

http://www.acm.org.br/acm/seer/index.php/arquivos/article/view/115

PERES et al.

ACM Arq. Catarin. Medicina

2016

 

Fatores de Risco Cardiovasculares em Lesões Coronarianas Críticas: Mito ou Realidade?

http://sociedades.cardiol.br/socerj/ijcs/pdf/29/v29n5a06.pdf

COSTA et al.

International Journal of Cardiovascular Sciences

2016

 

Relação entre o escore TIMI e o tempo para realização da cinecoronariografia em pacientes com IAMSSST

http://www.acm.org.br/acm/seer/index.php/arquivos/article/view/7

JOAQUIM, FURTADO, FERNANDES

ACM Arq. Catarin. Medicina

2015

Avaliação do Risco-Benefício da Revascularização Carotídea

https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0066-782X2018001600618&script=sci_arttext&tlng=pt

OLIVEIRA et al.

Arq. Bras. Cardiol.

2018

 

Troponina T de Alta Sensibilidade Seriada em Teste de Estresse Realizado Após Angioplastia Primária

https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2016000400304&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt

VAZ, VANZ, CASTRO

Arq. Bras. Cardiol.

2015

 

Resultados: Os estudos selecionados na revisão apontam reflexões clássicas e inovadoras para a identificação de FR para as DAC em pacientes submetidos a ICP. Mais da metade dos artigos (66%) sustentam os FR para o desenvolvimento fisiopatológico e para o prognóstico da doença arterial coronariana, bem como sua progressão, fisiopatologia e terapêutica adequada, incluindo as indicações da angioplastia. Os principais FR para o desenvolvimento da DAC que conduziram ao ICP incluem o sexo masculino, histórico familiar de doenças cardiovasculares, estresse, tabagismo, sedentarismo, sobrepeso ou obesidade conforme IMC, menopausa, hipertensão arterial sistêmica, aterosclerose associada a tortuosidade das artérias coronárias e idade avançada. Os fatores prognósticos desfavoráveis pós-ICP identificados foram diabetes mellitus, dislipidemia, sinais e sintomas e/ou diagnóstico de angina instável, Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) com e sem supradesnivelamento do segmento ST, insuficiência do ventrículo esquerdo e disfunção renal crônica. Conforme os estudos selecionados, identificou-se outros FR para DAC que conduzem o paciente para a ICP como a hiperhomocisteinemia, elevação da proteína C reativa, alterações no processo de hemostasia do organismo, inflamação e trombogênese, hiper-reatividade plaquetária, resistência à aspirina, elevação nos valores da lipoproteína A, liberação do fator de necrose tumoral alfa e da interleucina 1 beta e a elevação da troponina T de alta sensibilidade (TnT0h) relacionada ao tabagismo, idade e a depuração de creatinina. A DAC, por ser uma patologia multifatorial, exige a abordagem e o controle dos FR através de estratégias de prevenção de agravos e monitorização dos efeitos da doença pelos pacientes. Conforme os estudos, a principal estratégia utilizada para o controle e monitoramento dos FR são a promoção da saúde que permeiam a educação em saúde sobre hábitos de vida saudáveis e controle dos aspectos negativos da doença. A mudança comportamental do paciente poderá suprimir ou minimizar as consequências provocadas pelos FR para a DAC, conduzindo a uma melhor qualidade de vida e maior taxa de sobrevida pós-ICP. Considerações finais: As evidências apontam reflexões clássicas e inovadoras para a identificação de FR para as DAC em pacientes submetidos a ICP das quais reforçam a necessidade da adesão à mudanças comportamentais de vida e saúde.

Author Biographies

  • Danielen Antunes Eggres, Fundação Universidade Federal do Pampa

    Acadêmica do nono semestre do curso de Enfermagem. Universidade Federal do Pampa - Campus Uruguaiana/RS, Brasil. Bolsista PROBIC/FAPERGS. 

  • Marcelo Pituco da Silva, Fundação Universidade Federal do Pampa

    Acadêmico do nono semestre do curso de Enfermagem. Universidade Federal do Pampa - Campus Uruguaiana/RS, Brasil. 

  • João Pedro Sperluk Arce

    [1]Enfermeiro Residente do Programa de Residência Integrada Multiprofissional em Urgência e Emergência da Universidade Federal do Pampa - Campus Uruguaiana/RS, Brasil

  • Liliane Gonçalves Oliveira

    Enfermeira Especialista em Cardiologia. Hospital Santa Casa de Uruguaiana/RS, Brasil.

  • Letice Dalla Lana

    Dra. em Enfermagem. Professora do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA) – Campus Uruguaiana/RS, Brasil. Vice-líder do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Envelhecimento Humano na Fronteira (GEPESH-FRON). Membro do Departamento Científico de Enfermagem Gerontológica da Associação Brasileira de Enfermagem -RS (DCEG-ABEn-RS).

Published

18-04-2024