Relação entre ômega-3 e o transtorno de espectro autista
Resumo
ntrodução: o transtorno do espectro autista, também conhecido como TEA é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento, caracterizado por prejuízos na interação social, na comunicação e pela presença de estereotipias. Alguns estudos relacionam os efeitos da suplementação de ácidos graxos essências poli-insaturados, da série ômega-3 em pacientes com TEA, visto que, tais nutrientes podem auxiliar na melhora dos sintomas deste transtorno. Objetivos: Este estudo teve por objetivo realizar uma breve revisão da literatura sobre os efeitos da suplementação de ácidos graxos ômega-3 em pacientes acometidos pelo TEA. Métodos: foram realizadas pesquisas nas bases de dados Scielo e PubMed com os seguintes termos: “autism" and “omega 3 supplementation”, durante os meses de outubro e novembro de 2023. Como critérios de exclusão foram removidos artigos de revisão de literatura. Resultados e discussão: foram encontrados 9 estudos e após aplicação dos critérios de exclusão foram incluídos neste trabalho 6 estudos. O número de indivíduos abordados em cada estudo variou de 1 até 565. A idade dos participantes variou de 0 a 17 anos. Dentre os resultados encontrados, 2 estudos avaliaram os efeitos da suplementação de ômega-3 em crianças nascidas prematuras, encontrando resultados positivos no que se refere a melhoria dos sintomas sociomocionais do TEA, como redução de ansiedade e depressão e comportamentos internalizantes. Ademais, também foram observadas melhoras nas habilidades de relacionamento interpessoal dos pacientes. Estes fatos podem ser explicados pois o ômega-3 desempenha um papel importante no desenvolvimento estrutural e funcional do cérebro, sendo muito importante, principalmente neste período de desenvolvimento, que é crítico. Um estudo, relato de caso envolvendo suplementação em longo prazo (2 anos) de ômega-3 em paciente no TEA observou melhora da qualidade de vida do mesmo. Estes efeitos foram associados ao fato de que o déficit de ômega-3, principalmente nas fases iniciais da vida, pode causar diversas alterações em nível cerebral, piorando os sintomas do TEA. Outros 2 estudos que avaliaram os efeitos da suplementação de ômega-3 sobre os distúrbios sociais e comportamentais de pacientes no TEA, observaram melhoras nos comportamentos de estereotipias e comunicação social. Por fim, 1 dos estudos associou a relação dos níveis séricos de ômega-3 com os sintomas do TEA, confirmando os dados já existentes de que crianças com TEA apresentam níveis mais baixos dos ácidos graxos da série ômega-3 eicosapentaenoico (EPA), docosahexaenoico (DHA), fato associado a piora dos sintomas do autismo. Conclusão: Assim, pode-se concluir que a suplementação com ácidos graxos ômega-3, desde os primeiros anos de vida, pode ser benéfica principalmente para pacientes no TEA, auxiliando na melhor dos sintomas do transtorno e melhorando a qualidade de vida desses pacientes.