SUPLEMENTAÇÃO DE SELÊNIO E VITAMINA E NA DIETA DE EQUINOS
UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA
Resumo
Introdução: A vitamina E possui alta importância devido ao seu efeito protetor, o qual previne a degradação lipídica celular, impedindo a deterioração de ácidos graxos e o extravasamento de material intracelular. Já o selênio (Se) desempenha um papel de extrema importância para realização da síntese de selenoproteínas, como por exemplo a glutationa peroxidase (GPx), que faz parte do sistema antioxidante da célula. Um biomarcador de importância para avaliação do estresse oxidativo (EO) é a capacidade antioxidante total do plasma (CAT), que tem por objetivo proteger a membrana e outras organelas celulares combatendo as injúrias oxidativas. Dessa forma, a deficiência desses nutrientes pode levar a uma vulnerabilidade do sistema antioxidante e imunológico, aumentando a susceptibilidade do animal a doenças. Objetivos: Este trabalho teve por objetivo apresentar uma breve revisão sistemática da literatura sobre os efeitos da suplementação de (Se) e vitamina E em equinos. Métodos: A pesquisa foi realizada na base de dados SciELO e Google Scholar com os seguintes termos descritores: selenium; vitamin E; horses. Nesse estudo, foram incluídos 4 artigos do ano de 2008 até 2023, cujo critério de seleção foi de utilização concomitante de suplementação com Se e vitamina E, nos equinos sujeitos da pesquisa. Resultados e discussão: O número de animais submetidos aos estudos variaram de 10 a 22 animais, com peso médio de 448 kg e com idade média de 13,8 anos, sem distinção de sexo. Todos os equinos foram suplementados com (Se) e Vitamina E e em cada estudo foram analisadas diversas variáveis, buscando observar quais enzimas e parâmetros demonstravam resposta à suplementação. Além disso, os animais também exerciam atividades esportivas diferentes entre os estudos. No primeiro artigo os animais participaram de uma cavalgada, foram suplementados e depois submetidos ao mesmo esforço físico. No segundo estudo os cavalos eram submetidos a atividade de policiamento urbano e foram suplementados por 30 dias. No terceiro artigo os animais receberam suplemento e participaram de um jogo de polo com quatro períodos de 7 minutos. Por último no quarto estudo, os animais foram divididos em grupo controle (GC) e grupo teste (GT), suplementados e submetidos a prova de hipismo. Com relação aos resultados, no primeiro artigo foi possível observar menor aumento nas médias de LDH, cálcio e cloretos, pois o suplemento minimizou os efeitos de lesão muscular. A suplementação no segundo artigo, propiciou diminuição dos valores de CK, cortisol e lactato, demonstrando a eficácia do efeito antioxidante. A CAT foi significativamente menor após o primeiro período, retornando aos valores basais após 24 horas no terceiro artigo, possivelmente devido ao consumo dos agentes antioxidantes durante o exercício. No último artigo a suplementação apresentou efeito apenas em alguns parâmetros do hemograma, onde o (GT) teve retorno mais precoce aos níveis basais de hemácias e leucócitos comparado ao (GC), indicando um possível efeito benéfico da suplementação. Conclusão: Com isso, verifica-se a viabilidade da suplementação de vitamina E e (Se) na dieta de cavalos atletas e evidencia-se a necessidade de mais estudos para entendimento dos mecanismos de ação que norteiam tais benefícios.
Palavras-chave: nutrição; antioxidantes; exercício; minerais; cavalos.