BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO DE ALIMENTOS PARA AGRICULTORES (AS) FAMILIARES DA FEIRA DO AGRICULTOR, EM SANTA IZABEL DO OESTE - PARANÁ.

  • Emanuelly Pozzer dos Santos Universidade Federal da Fronteira Sul
Palavras-chave: Agricultura Familiar; Higiene de Alimentos; Produção agrícola.

Resumo

Introdução: A agricultura familiar possui grande relevância no desenvolvimento econômico do país e na saúde da população. Contudo, os agricultores e empreendedores da agroindústria familiar também devem seguir boas práticas na produção de alimentos, para prevenir transmissão de doenças. Objetivos: Este trabalho teve como objetivos: avaliar a produção de alimentos comercializados na feira municipal de Santa Izabel do Oeste/PR, pelos agricultores familiares; produzir layouts da sala de produção, adequados conforme legislações sanitárias para os agricultores que necessitassem; e, também, compartilhar conhecimentos sobre as boas práticas de fabricação dos alimentos no setor da agricultura familiar para fins de formação. Métodos: Foram realizadas 3 visitas nas propriedades e aplicado um check-list adaptado da Resolução da Diretoria Colegiada (RCD) nº 275/2002, e contendo itens baseados na RDC nº 216/2004, na Resolução SESA nº 004/2017, na RDC nº 49/2013 e na Instrução Normativa nº 23/2020. Para a formação, optou-se por realizar uma roda de conversa, para interação entre os agricultores, e entrega de um folder com os principais pontos de cuidados na hora de produzir os alimentos. Discutiu-se também a importância do Manual de Boas Práticas de Fabricação para esse público, além das normativas específicas. Os layouts foram produzidos seguindo as normas sanitárias, utilizando o software Planner 5D (versão gratuita). Resultados e discussão: Foram identificadas algumas não conformidades em relação aos manipuladores, tais como vestimentas inadequadas, modo de agir durante a produção e falta de documentações. Conforme Medeiros (2018), os manipuladores de alimentos são os maiores agentes contaminantes do produto, por praticarem atos que contribuem para a contaminação de alimentos, como: falar, tossir e cantar na hora da produção. Durante as visitas, observou-se que dois agricultores fariam reformas nas estruturas de manipulação de alimentos. Dessa forma, foram elaborados e entregues layouts a esses agricultores, visando melhor adequação no fluxo de produção. Os agricultores familiares foram bem receptivos e colaborativos, durante a roda de conversa. Todos relataram as suas maiores dificuldades na hora da produção de alimentos, como, por exemplo, a falta de capital econômico para a compra de materiais adequados e reformas necessárias, que afeta o modelo de produção de alimentos e destacaram que o conhecimento sobre as boas práticas de fabricação de alimentos mudou a visão deles sobre a própria produção. A questão econômica corrobora com o estudo de Corcioli (2013), no qual ele relata que os agricultores familiares conhecem as legislações sanitárias vigentes, entretanto, a maioria não cumpre as normas previstas em lei por conta da dificuldade de custear tais mudanças. Conclusão: Podemos concluir que os agricultores possuem um conhecimento médio sobre as legislações sanitárias, entretanto, comparando a vivência com a literatura pode-se dizer que o fator de maior impedimento para acatar 100% de todas as recomendações de boas práticas de fabricação é a questão de caráter socioeconômico, tendo em vista o aumento dos preços dos materiais de construção.

Publicado
04-12-2023
Seção
Nutrição em Saúde Coletiva e Epidemiologia