ÓLEOS ESSENCIAIS DE ESPECIARIAS COMESTÍVEIS E SUA INFLUÊNCIA NO TRATAMENTO DE ENDOMETRITE BACTERIANA EQUINA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA

  • Ana Clara Martins Mariano Universidade Federal da Fronteira Sul
Palavras-chave: antibacterianos, cavalo, égua, antimicrobiana.

Resumo

Introdução: Os óleos essenciais (OE) são substâncias complexas e variadas provenientes de materiais vegetais que vêm sendo investigados como auxiliares no tratamento de enfermidades, por apresentarem propriedades antibacterianas, antifúngicas e antiparasitárias.A endometrite infecciosa em equinos tem principalmente origem bacteriana e resulta em queda de fertilidade, morte embrionária e abortos e, apresenta, principalmente origem bacteriana, sendo asas cepas mais encontradas são Streptococcus spp., Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa e Klebsiella pneumonie., Tendo em vistacom o aumento da resistência desses microrganismos a antibióticos convencionais, estudos com substâncias alternativas como OE se fazem necessários, para o futuro tratamento de infecções de origem bacteriana como a endometrite em equinos. Objetivo: Realizar uma revisão sistemática da literatura acerca da ação de OE de especiarias comestíveis no tratamento de endometrite equina. Métodos: A pesquisa foi realizada na base de dados PubMed, Scielo e Scholar google com os seguintes termos descritores: essencial oils, maré, infertility. Resultados e discussão: Foram encontrados quatro estudos que realizaram testes antimicrobianos com OE de especiarias em cepas causadoras de endometrite em éguas. Os EOs utilizados foram de manjericão, alecrim, capim-limão (cidreira),orégano, tomilho, canela, erva-luísa e cravo da índia.As bactérias isoladas de endometrite equina foram Streptococcus spp., Staphylococcus spp., Pseudomonas spp., Listeria spp., Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli, Micrococcus luteus, Bacillus subtilis, Salmonella typhimurium, Shewanella putrefaciens e Brochothrix thermosphacta. Os métodos antimicrobianos utilizados foram Disco difusão (DF) e Concentração Inibitória Mínima (CIM), com concentrações de OE variando de 0,07 a 30,00 mg/mL. Dentre os OE de manjericão, alecrim e capim-limão o de capim-limão apresentou maior porcentagem de inibição contra S. equi, S. aureus, K. pneumoniae e E. coli. O OE de orégano foi eficaz na inibição do crescimento de S. typhimurium, E. coli, L. innocua, L. monocytogenes, S. putrefaciens, B. thermosphacta e P. putida, com valores de CIM variando de 0,07 a 0,29 mg/mL e, em alguns, casos 5 mg/mL. O OE de tomilho apresentou atividade antibacteriana com CIMs variando de 0,07 mg/mL para S. equi subsp. zooepidemicus, 0,29 mg/mL para Streptococcus sp., Staphylococcus spp. e Rhodotorula spp., 0,46 mg/mL e 1,86 mg/mL contra E. coli., Salmonella, spp, K. pneumoniae, P. aeruginosa, Streptococcus grupo D, e S. aureus. O OE de Cravo da índia e de canela apresentaram boa atividade antibacteriana em Streptococcus spp., Staphylococcus spp., com valores de CIM de 0,16 a 0,32 mg/mL e 0,07 a 0,63 mg/mL, respectivamente. Por fim, o OE de erva-luísa foi o mais ativo contra Rhodotorula spp. com 0,43 mg/mL. Conclusão: Observa-se que diferentes OE obtidos de especiarias apresentam efeitos antimicrobianos em bactérias causadoras de endometrite, sendo que menores concentrações podem revelar ação mais eficaz, como encontrado para os OE de capim-limão, orégano, tomilho e cravo da índia. Diante disso, faz se necessário estudos que explorem a possível ação sinérgica desses óleos e possibilidades de uso in vivo, uma vez que os OE podem ser mais sustentáveis e eficazes no tratamento de doenças infecciosas, prezando pelo bem-estar animal.

Publicado
06-12-2023