PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA E FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS ASSOCIADOS EM PESQUISA AUTORREFERIDA POR CONTATOS TELEFÔNICO
Resumo
Introdução: A prática de atividade física (AF) está inserida na rotina da maior parte da população, tendo graus diferentes de intensidade, levando a busca por uma saúde física e mental, visando melhor qualidade de vida. Objetivos: Esse estudo tem por objetivo descrever a prevalência de atividade física (AF) na população adulta (≥ 18 anos de idade) e os fatores sociodemográficos associados à sua prática em amostra da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL) em 2019. Métodos: Foram realizadas aproximadamente 53 mil entrevistas, e a amostragem se deu por duplo estágio, sendo na primeira etapa o sorteio de no mínimo 5 mil linhas telefônicas por cidade (26 capitais dos estados brasileiros e no Distrito Federal) e a segunda etapa se deu pelo sorteio de um dos adultos residentes no domicílio sorteado. Foi utilizado o teste Qui-quadrado de Pearson (χ2) (significância estatística p<; 0,05) para avaliar a associação entre as variáveis sociodemográficas e a variável dependente (AF). Resultados e discussão: Houve prevalência entre os homens que praticam AF. Em relação a idade, foi visto uma diminuição da prática de AF nos grupos etários mais velhos, e quanto mais escolarizadas as pessoas, maior a prevalência de praticantes. Foi possível observar que a prática de AF está associada aos fatores sociodemográficos, sobretudo escolaridade, bolsa família e idade. Neste caso, a escolaridade e o bolsa família podem ser considerados como indicativos das condições de renda da população. Os participantes de alta renda demonstraram maior acesso a realização de exercícios físicos no lazer, frequentando academias e residindo em bairros que propiciem melhores condições para a prática, tais como presença de ciclovias. É importante destacar que a prática regular de exercícios físicos é um fator determinante na redução do risco de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e a manutenção ou redução do peso corporal, impactando de maneira significativa na mortalidade. Além disso, apresenta benefícios ligados à redução do stress e da depressão, aumento da qualidade de vida, bem como, o aumento da sensação de bem estar. Conclusão: Os fatores sociodemográficos impactam significativamente na prática de AF. O estudo possibilitou a caracterização de uma população aparentemente mais vulnerável à prática de AF, cabendo o direcionamento de ações mais adequadas em termos de políticas públicas, visando a diminuição das desigualdades sociais.