OS IMPACTOS DOS AGROTÓXICOS NA SAÚDE REPRODUTIVA MASCULINA E FEMININA: UMA BREVE REVISÃO
Resumo
Introdução: O uso de agrotóxicos no setor agrícola aumentou após a revolução verde, com o objetivo de se ter uma maior eficiência econômica na produção de alimentos. Neste sentido, o Estado do Paraná é um dos maiores consumidores de tais produtos no Brasil. No entanto, o uso indiscriminado de agrotóxicos torna o trabalho agrícola uma das profissões mais arriscadas para a saúde do trabalhador, resultando em intoxicações e prejuízos em médio e longo prazo. Estudos indicam que o contato com agrotóxicos pode causar alterações na produção hormonal e equilíbrio hormonal em mulheres, resultando em diminuição da fertilidade, por exemplo. Já os homens, podem desenvolver uma subfertilidade e baixa concentração de espermatozoides. Objetivos: A presente revisão sistemática teve como objetivo avaliar os estudos sobre os efeitos negativos dos agrotóxicos na saúde reprodutiva de homens e mulheres expostos ocupacionalmente. Métodos: Para esta análise utilizou-se a metodologia PRISMA, seguindo a estratégia PICO, sendo utilizadas as bases de dados Scopus, Pubmed, Web of Science e Sciencedirect, cujos termos descritores foram “pesticides and reproduction”, “pesticides and reproductive system”. Resultados e discussão: A análise de 14 estudos destacou informações que apontam para uma marcante correlação entre a exposição ocupacional a agrotóxicos e a ocorrência de distúrbios no sistema reprodutor. Os dados revelaram uma significativa probabilidade de mulheres desenvolverem condições como endometriose, ovários policísticos e abortos espontâneos em decorrência dessa exposição. Por outro lado, na população masculina, observou-se uma clara desregulação de hormônios essenciais para o funcionamento adequado do sistema reprodutor, associada a um aumento da incidência de casos de infertilidade. Conclusão: Conclui-se que que a exposição a pesticidas está intrinsecamente ligada a distúrbios nos níveis de hormônios reprodutivos, acarretando potenciais danos significativos ao sistema reprodutor, tanto em indivíduos do sexo masculino, quanto feminino. Essas constatações ressaltam a importância de uma compreensão mais profunda dos impactos dos pesticidas na saúde reprodutiva, destacando a necessidade de estratégias de regulamentação e intervenção para mitigar os riscos associados a essa exposição.