FREQUÊNCIA DE DISMORFIA MUSCULAR EM PRATICANTES DE MUSCULAÇÃO DO SUDOESTE DO PARANÁ DURANTE O PERÍODO DE PANDEMIA DE COVID-19

Resumo

A Dismorfia Muscular (DM) é uma forma de transtorno dismórfico corporal, em que o indivíduo se preocupa de forma obsessiva pelo físico e apresenta distorção da imagem corporal, caracterizada pela sensação de insuficiência muscular, estrutura corporal pequena e fraca. A DM é frequentemente observada em homens, mas recentemente tem atingido também mulheres. O objetivo deste estudo foi avaliar a frequência de DM em praticantes de musculação do sudoeste do Paraná durante a pandemia da COVID-19. Foi realizada uma pesquisa de natureza observacional do tipo transversal de caráter descritivo, em setembro de 2021 em estúdios de personal trainer e academias de ginástica dos municípios da microrregião de Capanema,  sudoeste do Paraná. Foram recrutados praticantes de musculação com idade entre 19 e 50 anos, de ambos os sexos, com tempo de prática de pelo menos 6 meses e frequência mínima de duas vezes na semana, selecionados por amostragem não probabilística. As gestantes foram excluídas da pesquisa. Foram aplicados de forma online: um questionário para caracterização sociodemográfica, clínica e relativa à prática de musculação, e a escala  Muscle Appearance Satisfaction Scale (MASS), adaptada de Silva Junior, Souza e Silva (2008). A avaliação da DM foi realizada de acordo com Floriano e D’Almeida (2016). Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva e a pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em pesquisa com seres humanos. Avaliou-se 115 participantes, sendo a maioria do sexo feminino (%). A amostra apresentou-se predominantemente jovem, com idade entre 19 a 30 anos 60% (n=69), solteiros 55,7% (n= 64), cursando ensino superior 46,1% (n= 53) e com renda acima de 2 a 5 salários mínimos 46,1% (n= 53). De acordo com o tempo de prática prevaleceu de 6 a 24 meses com 41,7% (n= 48), frequência semanal de 3 vezes na semana com 33% (n= 38) e quando questionados sobre o objetivo da prática, 36,5% (n= 42) responderam desejo em aumentar massa muscular. A partir da classificação do MASS, foi possível perceber que 11,3% (n= 13) apresentaram indicativo para DM, destes 38,46% (n= 5) eram mulheres e 61,54% (n= 8) homens. Foi possível perceber que a frequência de DM merece monitoramento nesse grupo, especialmente nas mulheres, apesar de ter sido observada maior frequência entre os homens da amostra estudada.